sexta-feira, 23 de novembro de 2012

E assim vamos nós para 2013...


Sempre houve quem duvidasse que um país pequeno, pobre, fraco e atrasado pudesse proporcionar aos seus cidadãos determinadas condições de vida, de apoio à saúde, à educação e a outros aspectos sociais.
Desconfiavam da necessidade de tantas obras públicas, principalmente no que diz respeito ao betão das auto-estradas, a hospitais, escolas, estádios e outro equipamento social em tão grande número e sobre-dimensionado.
Suspeitavam dos generosos aumentos de ordenado e do nacional inauguracionismo em anos de eleições, questionando-se de onde lhes viria tanto dinheiro.
Respondiam alguns que provinham das ajudas comunitárias, mas que, um dia, as havíamos de pagar bem caras. Notavam outros que Portugal sempre tinha vivido à custa de alguém ou de alguma coisa e enumeravam: as especiarias da Índia, o ouro do Brasil, os recursos das colónias, até ir desaguar às ajudas da então Comunidade Económica Europeia.
Ainda em 2009, quando a crise mundial já se tinha instalado havia um ano, houve um aumento de 5% nos vencimentos, porque era ano de três eleições.
E o dia em que a factura havia fatalmente de ser apresentada, chegou por fim. Só que chegou numa altura em que os crédulos e ingénuos portugueses já se tinham habituado a um certo tipo de vida, se tinham endividado para a aquisição de bens (importados), sem se precaverem com a guarda de um pecúlio, que a prudência e os mais velhos aconselhavam. 

Centros comerciais sempre cheios e cada vez em maior número, dependências de bancos em cada esquina (sempre prontos a emprestar mais e mais), auto-estradas paralelas, que se avistam umas às outras, uma orgia de gastos, que se confundiam com investimentos.
Atravessando todos estes excessos, o omnipresente conceito de "direitos dos trabalhadores", sem nunca ninguém se lembrar da contrapartida dos "deveres do cidadão", uma vez que os direitos de um indivíduo só podem existir se houver o cumprimento dos deveres dos outros elementos da sociedade.
E assim vamos nós para o ano de 2013, com receios mais que fundados quanto à nossa subsistência como indivíduos e como país...

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