terça-feira, 30 de julho de 2013

Diz-me Que Não é Loucura - Poema de Deolinda Domningues Alves


Deolinda Domingues Alves volta a propor-nos um poema seu, com que nos brinda com alguma regularidade.
Desta vez desenvolve um tema muito presente na nossa literatura, o de amores não correspondidos.
Haverá maior tortura que a indiferença, a de estar na presença de alguém a quem se quer bem, mas que nunca nos vai corresponder?
Tem que se aprender a viver sem esse alguém, mesmo que esteja na nossa presença.
Que importa que o sol sorria e as ribeiras cantem, se a solidão apenas nos recorda que as fontes choram?...



DIZ-ME QUE NÃO É LOUCURA

Procuro um abrigo
No teu meigo olhar
E, sem saber por onde passo,
Quero, apenas, aquecer a alma
No calor do teu abraço

Mas tu não prendes o meu olhar
Para me falares de amor!

Triste e desolada
Vou por caminhos incertos;
Abrigo-me na noite escura
E deixo que as lágrimas se soltem

Quando a manhã desperta a vida
Cantam as ribeiras,
Choram as fontes,
Começa o sol a sorrir…

Cheira a alecrim e a rosa brava;
Cheira a giesta perfumada
Em lugares solitários
E ao deus dará,
Que aguardam pelo grito da alvorada

Quando a noite vem a chegar,
Casas fechadas,
Lareiras apagadas
E, apenas o luar,
P’ra amenizar a solidão

À meia noite
No relógio da torre,
O som das doze badaladas
A quebrar o silêncio
Que teima em nos separar

Diz-me que não é loucura
Desejar um novo dia
Para no teu olhar
Perder o meu,
Tal como no mar
Se perde o céu

Deolinda Domingues Alves
Leiria

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Inhambane - Igreja Velha

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição foi construída entre 1854 e 1870 e esteve para ser em madeira.Ela foi o primeiro templo cristão que se construiu em toda esta região.
No entanto, os planos originais não eram para construir a Igreja, mas sim um Forte de defesa.
As paredes são reforçadas e, no cimo da torre, existem ameias, o que denuncia a sua função defensiva.
Já tinha sido construída em 1546 uma feitoria fortificada e, em 1763, foi edificado o Forte de Nossa Senhora da Conceição, que valeu a Inhambane a elevação à categoria de vila e sede de concelho.
Por essa altura, Inhambane foi atacada por Holandeses e Franceses, com destaque para o saque de 1796, levado a cabo por piratas franceses da Ilha da Reunião, no Oceano Índico, a Leste de Madagáscar.


A secção de cima da torre da Igreja Velha de Inhambane é de 1930 e foi oferecida pela Família Menet (da Suíça), juntamente com o relógio.
Em 2013, pensou-se em instalar na Igreja Velha o Balcão de Informação Turística (BIT), mas a ideia foi afastada.

Dr. Domingos Arouca - Inhambanense ilustre

O Dr. Domingos Arouca nasceu em Inhambane a 7 de Julho de 1928 e frequentou uma Escola de Enfermagem. Em 1949 ganhou cem contos na Lotaria da Rodésia e foi estudar para Portugal, onde se licenciou em Direito em 1960. 

De regresso a Moçambique, foi consultor do Banco Nacional Ultramarino, mas foi preso pele PIDE a 29 de Maio de 1965, um sábado.
A notícia chegou a Inhambane no dia seguinte e houve uma movimentação de habitantes, que se reuniram no "Dragão Azul", um Café junto ao Hotel.
Libertado em 1973, foi-lhe fixada residência em Inhambane, onde exerceu advocacia.

Homenageado em 2008, faleceu no ano seguinte, aos 81 anos de idade.

"RIO LIS: SÃO FÉRIAS POR UM TRIZ"

TRANSCRITO DO "PREGUIÇA MAGAZINE" COM A DEVIDA VÉNIA.

Texto e fotografias de Ricardo Graça(Publicado a 25 Julho 2013)

«Um triz é só para rimar. Esta sugestão é mesmo para quem não tem um tusto, acabou o fundo de desemprego e desenrasca-se com a semanada miserável que a mãe lhe dá, mais uns trocos que fana da carteira da avó. Para todos aqueles que vêem os amigos a postar fotos de cornettos em São Pedro e vertem uma lagrimazinha para cima da lata de atum fora de prazo. Este é o programa para quem até a Vieira é um luxo.»

PARA LER TUDO EM
http://preguicamagazine.com/2013/07/25/rio-lis-sao-ferias-por-um-triz/


O LIVRO NEGRO DOS ESQUEMAS E FRAUDES NA NET

Um Guia de Fraudes, Vigarices, Trapaças,
Burlas, Intrujices, Logros
e Desfalques para Uso do Consumidor

ÍNDICE
Nota prévia - pág. 4
As fraudes e os consumidores - pág. 5
Esquemas em pirâmide - pág. 12
Ofertas fascinantes - pág. 15
Fraudes com veículos - pág. 22
Fraudes em operações financeiras e investimentos - pág. 26
Fraudes médicas - pág. 31
Fraudes de trabalho em casa ou auto-emprego - pág. 36
Outras Fraudes - pág. 38
Anexo A - Entidades a que pode recorrer - pág. 45
Anexo B - Diplomas mais relevantes - pág. 47

PARA LER TUDO EM
http://ftp.infoeuropa.eurocid.pt/files/web/documentos/pt/2008/20081020_livro_negro_esquemas_fraudes.pdf

domingo, 14 de julho de 2013

PREGUIÇA MAGAZINE - Entrevista com os Criadores

Publicado na pág. 40 do JORNAL DE LEIRIA de 11 Julho de 2013
Transcrito com a devida vénia

Entrevista
Cláudio Garcia, Ricardo Graça, Pedro Miguel e Paula Lagoa, criadores da Preguiça Magazine
Criaremos uma secção sobre a baba de caracol!
Jacinto Silva Duro jacinto.duro@jornaldeleiria.pt
A Preguiça Magazine acaba de abrir uma franchise em Coimbra. O que se segue? O País? A Europa? O mundo? Freixo de Espada à Cinta?
Coimbra surgiu porque um grupo de malucos como nós se lembrou que a nossa preguiça precisava de uma irmã. Se não for possível crescer para outras cidades talvez apostemos na Galáxia 2000. Acreditamos ser um lugar com muitas histórias para contar e de sucesso, à partida, garantido. Estamos em negociação com a gerência e dada a situação de crise no País, talvez aceitemos pagamento em géneros. Por outro lado, o Pedro Miguel quer avançar até Badajoz. Ainda não é certo porque outros preguiçosos acham que esta pode ser a oportunidade de recuperar Olivença, Ceuta ou até mesmo a Ilha da Madeira.
Ainda há vem vos diga que não nada para fazer pelas bandas de Leiria?
Acreditamos que ainda há quem o diga, mas pelo menos já não o dizem a nós. Isto foi só uma forma de criar um escudo protector, tipo bolha Actimel, contra gente chata que não tem nada para fazer e também não procura o quê.
Quatro amigos, com boas ideias sobre imprensa online, reuniram-se e fez-se um fenómeno de popularidade chamado Preguiça… Afinal. Era assim tão simples criar uma publicação que quase toda a gente ama?
Pra já, queremos deixar bem claro que não somos amigos e que até nem gostamos muito uns dos outros. Isto de ser amado por muita gente ao mesmo tempo é uma coisa complicada. Há doenças venéreas que ainda ninguém provou não se transmitirem online… Pessoas que amam toda a gente também não costumam ter a vida fácil, às vezes acabam pregadas na cruz e depois é uma chatice para as tirar de lá, são precisos pelo menos três dias. A Preguiça é um conceito bastante óbvio que qualquer pessoa pode desenvolver desde que tenha um ZX Spectrum com ligação à Internet pelo telefone. Nós não o fizemos mais cedo porque somos preguiçosos.
Lembram-se como surgiu a ideia de criar a revista online? O que estavam a fazer, o que estavam a falar?
É quase certo que não estávamos a fazer nada de jeto, caso contrário seria impossível ter a conversa que levou ao nascimento da Preguiça. De onde se conclui que às vezes, a inércia é o melhor remédio, sobretudo se for cultivada ao longo de algumas dezenas u centenas de almoços. Mas é justo reconhecer que tudo se deve ao Correio da Manhã porque foi lá que dois dos preguiçosos se conheceram. Portanto, se o Vitor Direito não tem fundado o primeiro tlablóide português em 1979, hoje não existia a Preguiça Magazine. Dá que pensar, não dá?
O que faz com que a Preguiça seja alvo de tanta popularidade? Os temas inesperados O tom leve, descontraído e de brincadeira dos artigos? Outra coisa qualquer?
Talvez as pessoas achem piada ao facto de um grupo de idiotas – e mais uma dezena de pessoas – os nossos mais próximos colaboradores – trabalharem sem receber durante seis meses. Com tanto salário em atraso no País, mais o desemprego, é natural haver um sentimento de identificação.
Música, cultura e artes em geral são os temas que caem sob o vosso escopo… quando vamos assistir à criação de mais um espaço, destinado apenas à permacultura?
Por acaso já abordámos a temática, mas primeiro vamos criar uma secção sobre pessoas que batem punho e outra sobre os efeitos da baba de caracol nas tribos nómadas da Sibéria. Também queremos publicar um conjunto de reportagens sobre o facto de estar calor em Julho e os portugueses aproveitarem a fim de semana para ir à praia. Sem esquecer os idosos alentejanos que procuram as sombras dos parques públicos e a água fresca das fontes comunitárias. Mas é melhor não adiantar mais nada senão a SIC ainda nos rouba esta ideia.
Se não estivessem ocupados a ser preguiçosos, o que estariam a fazer?
Estaríamos a fazer o que sempre fizemos. Ajudar no serviço religioso da Igreja Maná da Pampilhosa da Serra a traduzir a obra do José Rodrigues dos Santos para latim, a escrever letras para o Nel Monteiro e a investigar a fundo os benefícios do aloé vera na vida sexual dos mosquitos.
Se vos pedissem para se auto-caracterizarem, que adjectivos escolheriam?
Ricardo Graça: patibular, retrouceiro; Paula Lagoa: encafifada, gangenta; Pedro Miguel: umidífobo, inadimplente; Cláudio Garcia: cambaio, apotropeico.
Certo! E ainda falta muito para enriquecerem?
Não, falta muito pouco. Aliás, combinámos enriquecer no domngo, mas como ficou para de manhã não deu. Adiámos para sexta antes do almoço. Se Deus quiser, fica resolvido.

Os preguiçosos de serviço nesta Magazine online são Cláudio Garcia, 37 anos, jornalista e baterista. Ricardo Graça, 33 anos, fotojornalista e músico. Pedro Miguel, 38 anos, jornalista, escritor, DJ e autor de programas de rádio e Paula Lagoa, 31 anos, jornalista, empregada de bar e activista dos direitos dos animais.