segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Um país com futuro incerto

Embora só tenha chegado a Portugal em 1975, já com 28 anos, sempre tive a opinião de que Portugal dificilmente teria viabilidade económica. 
Até aí, o país tinha vivido, sucessivamente, à custa das especiarias da Índia, ouro do Brasil ou recursos das colónias. Seguiu-se um período de 10 ou 12 anos em que ninguém ajudava e vivemos aqui com as maiores dificuldades. A 1 de Janeiro de 1986, Portugal tornou-se membro de facto da União Europeia, depois de longos nove anos de espera (candidatura a 28 de Março de 1977). 

Entre 1986 e 2011, Portugal recebeu nove milhões de euros POR DIA em fundos comunitários, ou seja, quase 81 mil milhões no total. Essas verbas destinavam-se a desenvolver o país e aproximá-lo da média europeia. Mas isso não aconteceu. Em vez de investir, gastou-se. Os diversos governos procederam a aumentos de ordenados e muitos outros benefícios incomportáveis em anos de eleições. Construíram auto-estradas em duplicado (da A1 vê-se a A29...) e outras obras públicas e equipamento social difíceis de manter. 
Agora, em tempos de penúria, numa época de crise mundial que começou em Agosto de 2008 (com a falência do Lehman Brothers), aparece finalmente a factura para pagar. Estou convencido de que, nem que os descontos fossem de 100%, nunca se pagaria os juros, quanto mais a dívida, que, aliás, foi mal negociada. Ou seja: não há solução à vista. Recuaremos, em breve, às miseráveis condições de vida, que por cá prevaleciam nos tempos tenebrosos do fim da Segunda Guerra Mundial.

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