Embora só tenha chegado a Portugal em 1975, já com 28 anos, sempre tive a opinião de que Portugal dificilmente teria viabilidade económica.
Até aí, o país tinha vivido, sucessivamente, à custa das
especiarias da Índia, ouro do Brasil ou recursos das colónias. Seguiu-se um
período de 10 ou 12 anos em que ninguém ajudava e vivemos aqui com as maiores
dificuldades. A 1 de Janeiro de 1986, Portugal tornou-se membro de facto da
União Europeia, depois de longos nove anos de espera (candidatura a 28 de Março
de 1977).
Entre
1986 e 2011, Portugal recebeu nove milhões de euros POR DIA em fundos
comunitários, ou seja, quase 81 mil milhões no total. Essas verbas
destinavam-se a desenvolver o país e aproximá-lo da média europeia. Mas isso
não aconteceu. Em vez de investir, gastou-se. Os diversos governos procederam a
aumentos de ordenados e muitos outros benefícios incomportáveis em anos de
eleições. Construíram auto-estradas em duplicado (da A1 vê-se a A29...) e
outras obras públicas e equipamento social difíceis de manter.
Agora,
em tempos de penúria, numa época de crise mundial que começou em Agosto de 2008
(com a falência do Lehman Brothers), aparece finalmente a factura para pagar.
Estou convencido de que, nem que os descontos fossem de 100%, nunca se pagaria
os juros, quanto mais a dívida, que, aliás, foi mal negociada. Ou seja: não há solução à vista. Recuaremos, em breve, às miseráveis condições de vida, que por cá
prevaleciam nos tempos tenebrosos do fim da Segunda Guerra Mundial.
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