sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

18 DE JANEIRO DE 1934


Ouve-se e lê-se com alguma frequência que o 18 de Janeiro foi um “episódio anarco-sindicalista”.
Parece, no entanto, que foi mais do que isso, pelo envolvimento que teve de, pelo menos, quatro forças:
- Confederação Geral do Trabalho, Comissão Intersindical, Federação Autónoma Operária, além dos chamados Sindicatos Autónomos.
Estas quatro entidades constituíam o Comité de Unidade Anti-Fascista, que surgiu como reação à formação dos “sindicatos nacionais” do Estado Novo em 1933, que se opunha e pretendia acabar com os sindicatos livres.
O momento para a greve geral do 18 de Janeiro foi mal ponderado, porque se atravessava um período menos bom para o movimento sindical, devido principalmente à divisão que se verificava entre as diversas forças (irreconciliáveis), que se opunham à ditadura saída do golpe do 28 de Maio de 1926  – a oposição republicana democrática e liberal, o comunismo e o anarco-sindicalismo.
Bento Gonçalves, do PCP (fundado em 1921), também achava que não estavam reunidas as condições para se desencadear o movimento grevista. Na verdade, além dos acontecimentos da Marinha Grande, onde se proclamou um “soviete”, apenas se registaram ações isoladas: a explosão da Central Elétrica de Coimbra, a sabotagem na Fábrica de Braço de Prata, o corte de comunicações telefónicas em algumas cidades e o descarrilamento de um comboio na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira.
Tudo uma “anarqueirada”, como diria depois a direção do PCP, ao confirmar o fracasso do movimento.
O Estado Novo aproveitou para consolidar posições contra o movimento operário e sindical livre, através da PVDE (Polícia de Vigilância e de Defesa do Estado), antepassada da PIDE: prisões em massa, deportações e outras ações punitivas, além da dispersão do Partido Comunista.

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