NÃO ME PRENDAM MAIS...
DE DEOLINDA DOMINGUES ALVES (LEIRIA)
Não me prendam mais
Não me dêem falsas razões.
Vou com as aves
Pelo infinito sem limites,
Abrir o coração
Para sentir a angústia
E as incertezas
No rosto sombrio do meu País
Sigo sem destino.
Levo apenas um sorriso
Na palma da mão,
Que vou soltar devagarinho,
Não vá o mar acordar
E a onda enraivecer
Deixo um beijo de mágoa
E o peso que me sufoca o peito,
Para me sentir mais leve
Neste percurso solitário...
E, já no cimo da montanha,
Lancei um triste olhar
Pelo espaço além.
Avistei enormes campos;
Uns, feitos em cinzas,
Outros, sós e de ninguém!
Mas quando o sol doirado,
Veio de mansinho
Apagar a sua luz,
Quedei-me ali
Embalada pelos mistérios da noite
E, cansada, adormeci...
Deolinda Domingues Alves
(Leiria)
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