Conjuntos e Artistas dos anos sessenta como "The Everly Brothers", Elvis Presley, Diana Ross, Neil Sedaka, The Mamas and Papas, Roy Orbison, Paul Hanka, Manfred Mann, Ritchie Valens, Mary Hopkin, Ricky Nelson, The Animals, Beach Boys, The Monkees, Chubby Cheker e muitos, muitos mais daqueles que marcaram a nossa adolescência e juventude. Estão aqui todos, tal e qual os conhecemos, como se não tivessem decorrido décadas, entretanto.
Voltamos a ouvir Blue Velvet, California Dreamin, Diana, Donna, Eloise, Hey Paula, Hippy Hippy Shake, House of the Rising Sun, I'm a Believer, In The Summertime, It's Now or Never, Let's Twist Again, Yummi Yummi Yummi, Moon River, No Milk Today, Oh Carol, Oh Pretty Woman, Only the Lonly, San Francisco, Sha La La, Silence is Gold, Spanish Harlem, Sugar Sugar, Sweets for My Sweet, The Lion Sleeps Tonight e todas aquelas músicas que nos divertiram, emocionaram ou os fizeram sonhar.
Vamos a isto? Por favor, cliquem no "link" abaixo:
http://www.mocambique-online.com/jukebox/oldies/
domingo, 30 de dezembro de 2012
Tarcisio Lage, ex-Coordenador do Serviço Brasileiro da Radio Nederland
escreve sobre a história da Rádio em Onda Curta, com especial atenção à rádio internacional holandesa e ao fim das suas emissões.
http://archief.rnw.nl/portugues/article/coluna-holanda-reduz-sua-nave-na-tripula%C3%A7%C3%A3o-do-ciberespa%C3%A7o
escreve sobre a história da Rádio em Onda Curta, com especial atenção à rádio internacional holandesa e ao fim das suas emissões.
http://archief.rnw.nl/portugues/article/coluna-holanda-reduz-sua-nave-na-tripula%C3%A7%C3%A3o-do-ciberespa%C3%A7o
Deixei a Radio Nederland há 10 anos, depois de ter trabalhado por 23 anos no Serviço Brasileiro. Vindo de experiências na BBC e na Radio Suíça Internacional, vivi o auge das ondas curtas, quando as frequências eram disputadas a tapa em Genebra e as rádios Moscou e Voz da América davam-se ao luxo de utilizar algumas delas só para produzir ruído e atrapalhar a recepção da concorrente.
Por Tarcísio Lage*
Nascidas na era colonial, aproveitadas por ambos os lados durante a Segunda Guerra, as ondas curtas foram uma arma das mais importantes no decorrer da guerra fria. Ainda davam as cartas quando ruiu o Muro de Berlim em 1989 e a União Soviética capengava para seu fim no início da nova década.
A Holanda, sabemos, foi um dos primeiros países a utilizar as ondas curtas, em 1927, em transmissão direcionada à Indonésia. A primeira transmissão transoceânica é atribuída à emissora estadunidense KDKA, de Nova Iorque para Londres, em 1923.
Hoje, enquanto escrevo este artigo, tenho ao meu lado um smartphone com o qual posso ouvir, em som nítido e claro, emissoras de rádio emitindo de quase qualquer parte do planeta. E até mesmo sintonizar alguns canais de televisão.
Definitivamente, as ondas curtas, que contribuíram muito para a crescente globalização, acabaram atropeladas pelas novas tecnologias. Mesmo assim, muitos países ainda guardam suas frequências, como reserva, em caso de guerra ou catástrofe, que possa destruir as redes de satélites e os cabos submarinos. Mas isso é outra história. Cruzamos os dedos para que não aconteça.
Rádio como instrumento de propagandaO que podemos perguntar é se esse evidente ocaso das ondas curtas e o advento da internet têm a ver com o brusco corte das transmissões da Radio Nederland, com o encerramento de serviços como o Holandês e o Brasileiro. Entendo que a resposta é não.
O corte dos serviços da Radio Nederland foi uma decisão política errada devido à incapacidade de enxergar os benefícios de estar na linha de frente na batalha que se trava no ciberespaço.
Sabemos muito bem da existência de um refrigerante de cor escura, comprovadamente prejudicial à saúde, mas que é campeão de venda em todo o mundo porque está sempre utilizando todos os meios de divulgação disponíveis. Vale aqui o velho refrão: a propaganda é a alma do negócio.
Serve também para países. A Holanda está, simplesmente, abrindo mão de um valioso instrumento de propaganda, de marcar presença no mundo inteiro, utilizando profissionais competentes para falar a linguagem certa entendida em cada região do mundo.
A BBC, a Rádio França e a Deutsche Welle estão fazendo isso. Souberam imigrar do chiado das ondas curtas para a selva da blogosfera sem perder de vista o objetivo principal: disputar o mercado da informação e sempre que possível puxando a sardinha para seu lado, quer dizer, marcando a presença de seus países no cenário internacional.
Discurso camuflado
A meu ver, o discurso oficial da Radio Nederland nunca foi realista, camuflando seus reais objetivos. Agora, por exemplo, o Departamento Latino Americano vai ser reduzido a escrever e divulgar informações para salvar Cuba e Venezuela de governos considerados tirânicos.
A meu ver, o discurso oficial da Radio Nederland nunca foi realista, camuflando seus reais objetivos. Agora, por exemplo, o Departamento Latino Americano vai ser reduzido a escrever e divulgar informações para salvar Cuba e Venezuela de governos considerados tirânicos.
A Holanda posando de bom samaritano, enquanto a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha preferem reforçar presença em países como o Brasil e tirar proveito do boom econômico por que estão passando. O golpe quase de morte contra a Radio Nederland foi dado por um governo que era influenciado pelo PVV, partido da ultradireita isolacionista de Geert Wilders, sem levar em conta os benefícios econômicos e políticos ao manter ativa a emissora.
Primeira reorganização
No entanto, o processo de não adaptação da Radio Nederland aos novos tempos começou em 1994, durante a primeira reorganização, quando a internet ensaiava seus primeiros passos. Para se livrar de alguns problemas administrativos e economizar, foram cortados vários serviços, incluindo o brasileiro, que só voltou a funcionar dois anos mais tarde.
No entanto, o processo de não adaptação da Radio Nederland aos novos tempos começou em 1994, durante a primeira reorganização, quando a internet ensaiava seus primeiros passos. Para se livrar de alguns problemas administrativos e economizar, foram cortados vários serviços, incluindo o brasileiro, que só voltou a funcionar dois anos mais tarde.
O erro maior foi ter cortado, na época, o Serviço Árabe, com o potencial de atingir 400 milhões de pessoas e na região que era – e é – o foco de atenções do mundo inteiro. Do mesmo modo que sucedeu nas reorganizações posteriores, faltou sempre exprimir, sem subterfúgios o objetivo principal da emissora: fazer propaganda da Holanda, de seu potencial econômico. O resto – mesmo expresso com belas palavras – é complemento.
Rádio Canadá: pior exemplo
Isso pode parecer simplista, mas é uma tarefa muito difícil em que a BBC é mestra e a Radio Canadá, se me permite, foi o pior exemplo que vi. Em 1986 trabalhei durante dois meses em Montreal num intercâmbio entre a Radio Nederland e a Radio Canadá. E lá fiquei estarrecido em saber que só podiam ser divulgadas notícias que tivessem uma relação direta com o Canadá e, mais chocante ainda, as músicas utilizadas tinham de ser canadenses ou, pelo menos, oriundas de discos prensados no país.
Isso pode parecer simplista, mas é uma tarefa muito difícil em que a BBC é mestra e a Radio Canadá, se me permite, foi o pior exemplo que vi. Em 1986 trabalhei durante dois meses em Montreal num intercâmbio entre a Radio Nederland e a Radio Canadá. E lá fiquei estarrecido em saber que só podiam ser divulgadas notícias que tivessem uma relação direta com o Canadá e, mais chocante ainda, as músicas utilizadas tinham de ser canadenses ou, pelo menos, oriundas de discos prensados no país.
Na época, às sextas-feiras, fazia um resumo da semana que era transmitido sábado pela manhã. Foi na noite de uma dessas sextas-feiras que assassinaram na Suécia o primeiro ministro Olof Palme. Não tive dúvidas. Fui pela manhã à emissora e com muito custo consegui mudar o programa. Na segunda-feira fui criticado pelos colegas e a chefia: afinal Olof Palme não tinha nada a ver com o Canadá.
Em contrapartida, no início dos anos 70 do século passado, trabalhei como redator na BBC. Os ingleses não tinham nada de canadenses e não eram nada ingênuos. O programa diário era, se não me falha a memória, de 2h15m, iniciando e terminando com um noticiário e um comentário. Aí era sagrado: não se podia mover uma vírgula, tradução ao pé da letra e nem sequer mudar a ordem das notícias. No meio do programa – e isso era nada menos de uma hora e meia – podíamos falar praticamente o que bem quiséssemos. E a BBC passava – como passa ainda hoje – por uma emissora onde se pode dizer tudo, mas sem deixar de impor, diariamente, sua opinião.
Radio Nederland: paraíso de liberdade
Na Radio Nederland – depois de ter passado pela rigidez da Radio Suíça Internacional – encontrei um ambiente muito parecido com o da BBC. Com uma vantagem para nós jornalistas: podíamos escolher o noticiário e os comentários. Um paraíso de liberdade editorial.
Na Radio Nederland – depois de ter passado pela rigidez da Radio Suíça Internacional – encontrei um ambiente muito parecido com o da BBC. Com uma vantagem para nós jornalistas: podíamos escolher o noticiário e os comentários. Um paraíso de liberdade editorial.
Quando cheguei, no final de 1981, não se utilizavam nem roteiros. Íamos para o estúdio com um colega ou um convidado para conversar, até o técnico dar o sinal de que o tempo havia esgotado. Apesar de tender para o lado libertário, batalhei para que fosse introduzido o roteiro a fim de aproveitar melhor o curto espaço de 10 ou 15 minutos de cada programa.
O que interessa ressaltar é que a Radio Nederland – pelo menos no que se refere ao Serviço Brasileiro – gozava de extrema liberdade e fazia concorrência com a BBC na disputa de ouvintes de ondas curtas. E mesmo assim, nesse fausto libertário, não deixava de servir muito bem aos interesses econômicos da Holanda.
A era da internet
Nessa derrocada, em que o Serviço Brasileiro desaparece, vale recordar alguns erros cometidos na era pré-internet. Quando o Departamento foi reaberto, em 1996, sabendo-se que as ondas curtas estavam irremediavelmente condenadas, a RNW embarcou numa concorrência desigual com a BBC para conquistar direito de retransmissão pelas grandes emissoras brasileiras.
Nessa derrocada, em que o Serviço Brasileiro desaparece, vale recordar alguns erros cometidos na era pré-internet. Quando o Departamento foi reaberto, em 1996, sabendo-se que as ondas curtas estavam irremediavelmente condenadas, a RNW embarcou numa concorrência desigual com a BBC para conquistar direito de retransmissão pelas grandes emissoras brasileiras.
Chegou a instalar uma enorme e custosa antena na Rádio Ministério da Educação e outra para a rede de rádios católicas, enquanto a BBC ia abocanhando com exclusividade as emissoras de grande porte.
Foi aí – quando a internet começa a demonstrar ser ridículo gastar tanto dinheiro com antenas gigantescas – que o Serviço Brasileiro deixou de aproveitar sua melhor oportunidade de sobrevivência. Ao lado das rádios oficiais, controladas pela Embratel, o Brasil possuía mais de cinco mil rádios comunitárias, ávidas de preencher suas programações diárias.
Por medo de perder o mercado das rádios oficiais, já na época dominado sobretudo pela BBC, o Serviço Brasileiro deixou de lado o filão das rádios comunitárias. Não faço autocrítica porque na época fui contra tal abandono.
E aqui chegamos. O Serviço Brasileiro está fechando suas portas. A Radio Nederland, como um todo, sendo reduzida a um núcleo com menos de um quarto de seus funcionários. A emissora que foi tão bem na nau das ondas curtas perdeu a nave para a batalha no ciberespaço.
* Tarcisio Lage, ex-Coordenador do Serviço Brasileiro da Radio Nederland
Em 1973, a Rádio Nederland publicou uma vinheta, que pode ser vista em
https://plus.google.com/u/0/photos/106129430592961017104/albums/5377356265775162657/5377357549544597314
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
HISTÓRIA GERAL DE ÁFRICA - UNESCO - 8 VOLUMES
A História Geral de África é uma obra indispensável numa biblioteca virtual.
Os 8 volumes podem ser descarregados, gratuitamente, nos "links" de acesso e descarga indicados mais baixo.
História Geral de África em 8 volumes (gratuito).
8 volumes - edição completa.Resumo: Publicada em oito volumes, a coleção História Geral da África está agora também disponível em português. A edição completa da coleção já foi publicada em árabe, inglês e francês; e sua versão condensada está editada em inglês, francês e em várias outras línguas, incluindo hausa, peul e swahili. Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos.Brasília: UNESCO, Secad/MEC, UFSCar, 2010.
Download gratuito (somente na versão em português):
- Volume I: Metodologia e Pré-História da África (PDF, 8.8 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-123-5
- Volume II: África Antiga (PDF, 11.5 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-124-2
- Volume III: África do século VII ao XI (PDF, 9.6 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-125-9
- Volume IV: África do século XII ao XVI (PDF, 9.3 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-126-6
- Volume V: África do século XVI ao XVIII (PDF, 18.2 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-127-3
- Volume VI: África do século XIX à década de 1880 (PDF, 10.3 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-128-0
- ISBN: 978-85-7652-129-7
- Volume VIII: África desde 1935 (9.9 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-130-3
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
NATAL PODE SER...
OUVIDO NUMA FESTA ESCOLAR:
(Escola do 1.º Ciclo da Cruz da Areia - Leiria)
"Natal pode ser
As crianças a correrem de mãos dadas
Num sonho inocente de um conto de fadas.
Voando na imaginação da sua liberdade
Ao respirarem o suave odor da felicidade."
CEIA DE NATAL, por David Silva e João Bengalinha
CEIA DE NATAL
(David Silva e João Bengalinha, alunos do 8.º Ano)
Velas,
Tempo de Advento
Nelas
Sopra o vento.
Viva o Menino Jesus!
Bolo-rei vou comer,
Aletria e alcaçuz
Até me encher.
Os sinos estão a tocar,
Que lindo é o Natal!
Agora vamos jantar.
A lareira está a aquecer,
Chocolate quente vamos beber
Para nos entreter.
Nelas
Sopra o vento.
Viva o Menino Jesus!
Bolo-rei vou comer,
Aletria e alcaçuz
Até me encher.
Os sinos estão a tocar,
Que lindo é o Natal!
Agora vamos jantar.
A lareira está a aquecer,
Chocolate quente vamos beber
Para nos entreter.
NATAL EM MOÇAMBIQUE
NATAL EM MOÇAMBIQUE
(Poema de Adélia André)
Branco e alto sou "Patrrão"
Pr'ós miúdos "Maningue Big"
Por vezes Bóer...Africânder
"Mais Velho: afenal és Português...!?"
Para as pitas já sou madala...(?)
Pr'ós colonos Vasco Da Gama...
Para os amigos sou poeta, um sonhador...
Cá p'ra mim, não sou ninguém!
Até "desconsegui" ser Pai Natal...
Faltam-me os Meninos Jesus
Tenho comigo o Espírito
Da minha Nossa Senhora
Que tudo,
Até a vida,
Me deu...
Em sorrisos vejo abraços
de quem não ousa tocar-me.
Então sou eu quem aperto
mão a mão
com coração.
E neste lado da Terra respiro paz e espaço,
Vendo o Natal assim:
No Presépio de capim, Menino e Família são Negros,
Missa do Galo é batuque
na praia se faz a fogueira;
não há sapato, há pègada e
as prendas são corais,
consoada é peixe pedra,
a batata é mandioca,
grêlos são a "matapa"
bebida é "Ntontonto" ou Sura, e
resiste o garrafão...
Corpo e espírito num só
Pouca riqueza, talvez!!!
Mas tanta, tanta ternura no gesto
Que Natal é:
"Era uma vez...
Moçambique Natal.
Moçambique Natal.
Moçambique - Os Estágios da Saudade
Para quem teve necessidade de sair de Moçambique, desenvolveram-se várias fases na nossa saudade.
Primeiro era a saudade pura e simples, ainda recente, com tudo ainda muito vivo na nossa lembrança;
Depois, a saudade tornou-se dolorosa, quase desesperada, a memória das pessoas, dos lugares, das situações;
Mais tarde, acho que tomámos a decisão de deixar de sofrer (como se isso fosse possível...) de sofrer essa melancolia, nostalgia, mágoa ou lá o que isso é;
A seguir, entrámos todos numa fase em que nos sentimos "anestesiados". O sofrimento existe, mas tentamos ignorá-lo, embora isso nunca aconteça;
Se vivermos o tempo suficiente (nunca menos do que cem anos...), acho que um dia ainda havemos de ter saudades dos tempos em que tínhamos saudades!...
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
"O mundo assombrado pelos demônios"
OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
CIÊNCIA & JORNALISMO
O mundo assombrado pelos demônios
Por Ulisses Capozzoli em 11/12/2012 na edição 724
Para ler em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed724_o_mundo_assombrado_pelos_demonios
O temor provocado por um alardeado fim do mundo, no próximo dia 21 de dezembro (solstício de verão no hemisfério sul), talvez seja a evidência mais clara da impotência da ciência em sensibilizar a sociedade humana para um olhar além da miséria filosófica e do sofrimento dispensável. Ao menos para parcelas significativas da população mundial.
Na verdade, não se trata da impotência apenas da ciência, mas também do jornalismo, enquanto possibilidade (de participar) da construção de uma cidadania contemporânea, no sentido da convivência crítica com fatos que vão de navegações que extrapolam o Sistema Solar, passando por paradoxos na mecânica quântica (emaranhamento quântico e relatividade restrita, por exemplo) e conquistas surpreendentes na genética, entre outros campos do conhecimento.
Ao que tudo indica, estamos vivenciando uma experiência de retorno de conteúdos arcaicos, típicos da era pré-científica, quando os demônios tinham o inteiro controle da situação e, de tempos em tempos, castigavam os humanos com relatos e previsões os mais horrendos em que se podia pensar.
Porque isso está ocorrendo agora, mais uma vez, é um fato que procede da complexa dinâmica da máquina do mundo. De imediato, no entanto, pode-se dizer que, até às vésperas da publicação da gravitação universal por Isaac Newton (1686), a igreja católica obtinha ganhos com essa mesma atuação terrorista.
Antes de Newton, com frequência, quando aparecia um cometa no céu, os padres badalavam os sinos de suas paróquias e trombeteavam o “fim do mundo”. Os homens ricos, com a consciência pesada pela maneira como haviam acumulado suas fortunas, corriam então às igrejas e faziam suas doações, como forma de aplacar os pecados e assim livrar-se das chamas eternas que crepitavam no inferno, renovadas pelo ardor da Inquisição. O mundo estava para acabar, mas, ainda assim, as ofertas eram aceitas. Os pobres, como os ricos, também gemiam seus pavores entre os (poucos) dentes, mas, açoitados a cada dia pela miséria, quase mais nada tinham a perder.
Pela altura em que Newton publicou sua gravitação universal, um estilo literário, as “narrativas fantásticas” corriam o mundo. Eram o espelho da mentalidade da época. Nesses registros estava incluído o conceito de um mundo em forma de bacia, de que navegantes mais ousados − aventurando-se no que os portugueses chamaram de “mar-oceano” − podiam cair, precipitando-se no caos e na degeneração.
Nesses relatos era comum a descrição de criaturas com corpos humanos e cabeça de animais, como cães, touros e serpentes. As descrições geográficas das terras que abrigavam esses seres eram as mais exóticas e inconsistentes, mas, ainda assim, tomadas como um contínuo da realidade.
Foram os portugueses os primeiros a refutar esse obscurantismo febril que marcou a longa noite da Idade Média, a partir do século 4, com o apagamento da cultura greco-romana, até um conjunto de datas irregulares espalhadas pelo Ocidente. Pedro Nunes (1502-1578), D. João de Castro (1500?-1548) e Garcia de Orta (1501-1568) foram alguns dos responsáveis por essa glória portuguesa, sem reconhecimento difundido além de Portugal, e praticamente ignorada no Brasil.
Frequência dos cometas
Em relação aos cometas, desde sempre astros de mau agouro, no passado eram mais frequentes no céu. Não por um fenômeno de natureza cosmológica, mas porque as noites ainda não eram ofuscadas pela poluição luminosa, abastecida pela energia elétrica. As populações eram majoritariamente rurais. E o céu era o relógio natural que regulava o ritmo da vida.
Com a publicação da gravitação universal, até recentemente acreditávamos que Isaac Newton − além de explicar a queda da maçã, a órbita da Lua e do sistema Terra-Lua em torno do Sol − também havia dado um chute definitivo no traseiro dos demônios, abrindo o espaço mental humano para a beleza e a ordem da ciência.
Agora, o retorno da ideia do fim do mundo, com suposta base em um antigo calendário maia, recheado por um conjunto de absurdos e despropósitos, sugere que as coisas, lamentavelmente, não ocorreram assim.
Neste momento, relatos procedentes de diversas regiões do mundo mostram temor e medo que não combinam em nada com o pretenso cientificismo do século 21, marcado por um fluxo de informação praticamente em tempo real, e inédito na história da civilização.
Ao longo da Idade Média, para se ter uma ideia da contraposição, mesmo os correios, criados no Egito três mil anos antes, cessaram seu funcionamento e a correspondência foi um luxo restrito às casas reais e ordens religiosas.
Mas talvez sejam exatamente a velocidade e profundidade com que as mudanças ocorreram nesse momento da história as responsáveis pelo retorno de conteúdos arcaicos como o que prega, mais uma vez, o fim do mundo. Um substrato mental mágico, que prescinde da racionalidade e compensa, patológica e desalentadoramente, um mundo em profundo desequilíbrio.
O que era não é mais e o que será ainda não é. Saltamos de uma das margens do abismo em direção a outra e, nessa fração do tempo, temos apenas o grande vazio sob os pés.
Os postulantes do fim do mundo, alimentados pelo caldo de cultura do obscurantismo religioso, que se multiplica como cogumelo, articularam uma lógica pueril para justificar a previsão que fazem. Incluem do buraco negro no centro da galáxia a explosões solares as razões que justificariam o falso desastre que anunciam.
Falsos sinais do fim
O buraco negro do centro da Galáxia, no entanto (a maioria das galáxias deve ter um buraco negro em seu núcleo), segundo trabalhos científicos recentes, pode modular a taxa de nascimento de estrelas na Via Láctea e, assim, ter estabelecido relações ainda não evidentes com a presença da vida na Terra.
Quanto às explosões solares, de fato estamos num pico de intensidade dessas manifestações. Mas elas são absolutamente normais e ocorrem há bilhões de anos, provocadas, possivelmente, pela atuação de linhas magnéticas que atravessam o corpo do Sol e, ao longo de certo tempo, se distendem como molas gigantes, antes de romper e então liberar a energia gerada no coração da estrela.
Pastores, e outros profetas do caos, frequentemente referem-se a explosões solares, tremores de terra e vulcanismo como sinais dos céus de que os homens não se comportam bem e assim provocam a ira das divindades.
Sismos e vulcanismos, no entanto, são evidências de que a Terra está geologicamente viva e por isso mesmo gera um escudo magnético no espaço que a protege do vento solar, partículas atômicas desestruturadas que inundam o Sistema Solar após uma grande explosão.
Não fosse o escudo magnético de um planeta geologicamente vivo, o vento solar teria arrancado a atmosfera da Terra e, em consequência disso, não estaríamos aqui.
O retorno de conteúdos arcaicos relacionados ao propalado fim do mundo certamente não é obra do acaso, mas o desdobramento de obscurantismos que têm se mostrado evidentes num fundamentalismo religioso igualmente atrasado e aprisionador da inteligência e criatividade humanas.
Darwin é um embuste, os animais nasceram prontos, não houve e nem há qualquer evolução. Deus criou o Universo em uma semana e com isso toda a história está contada.
A versão mais recente do obscurantismo religioso veio do Sul escravista dos Estados Unidos, insufladora de conflitos como a sanguinária guerra do Iraque.
Há, até agora, no alardeamento do fim do mundo, a ausência de um cometa, o astro símbolo do terror medieval, para completar o quadro mórbido do convencimento. E isso só não ocorreu por muito pouco.
Foi só em fins de setembro último que uma dupla de astrônomos amadores russos descobriu um cometa rumando para o Sol e que pode vir a ser um dos mais brilhantes de todos os tempos.
O C/2012S1, ou ISON, terá máxima aproximação da Terra em 28 de novembro de 2013 e poderá (cometas são astros imprevisíveis, pelo fato de ainda conhecermos relativamente pouco sobre eles) ser visto a olho nu mesmo durante o dia.
No sábado, 22 de dezembro, como ao longo das infinitas manhãs da Terra, quando mais uma vez o Sol elevar-se como um rubra moeda incandescente no horizonte leste, aqueles que temeram algo tão tolo e imbecil quanto a ideia de um iminente fim do mundo talvez se ruborizem de constrangimento.
Mas em pouco tempo a história cairá no esquecimento, como acontece com praticamente todas as histórias. Mesmo o esquecimento, no entanto, não apagará para homens mais lúcidos do futuro que, um dia, já na segunda década do século 21, boa parte da humanidade temeu pela sobrevivência da Terra por obra de um discutível calendário maia e a esperteza doentia de um grupo de farsantes em escala global.
Ainda que, antes disso, o astrônomo e divulgador da ciência Carl Sagan, na sua obra mais pessimista e que dá título a este artigo, tenha prevenido para essa possibilidade de limitação da ciência.
***
[Ulisses Capozzoli é jornalista, editor-chefe Scientific American Brasil]
Na verdade, não se trata da impotência apenas da ciência, mas também do jornalismo, enquanto possibilidade (de participar) da construção de uma cidadania contemporânea, no sentido da convivência crítica com fatos que vão de navegações que extrapolam o Sistema Solar, passando por paradoxos na mecânica quântica (emaranhamento quântico e relatividade restrita, por exemplo) e conquistas surpreendentes na genética, entre outros campos do conhecimento.
Ao que tudo indica, estamos vivenciando uma experiência de retorno de conteúdos arcaicos, típicos da era pré-científica, quando os demônios tinham o inteiro controle da situação e, de tempos em tempos, castigavam os humanos com relatos e previsões os mais horrendos em que se podia pensar.
Porque isso está ocorrendo agora, mais uma vez, é um fato que procede da complexa dinâmica da máquina do mundo. De imediato, no entanto, pode-se dizer que, até às vésperas da publicação da gravitação universal por Isaac Newton (1686), a igreja católica obtinha ganhos com essa mesma atuação terrorista.
Antes de Newton, com frequência, quando aparecia um cometa no céu, os padres badalavam os sinos de suas paróquias e trombeteavam o “fim do mundo”. Os homens ricos, com a consciência pesada pela maneira como haviam acumulado suas fortunas, corriam então às igrejas e faziam suas doações, como forma de aplacar os pecados e assim livrar-se das chamas eternas que crepitavam no inferno, renovadas pelo ardor da Inquisição. O mundo estava para acabar, mas, ainda assim, as ofertas eram aceitas. Os pobres, como os ricos, também gemiam seus pavores entre os (poucos) dentes, mas, açoitados a cada dia pela miséria, quase mais nada tinham a perder.
Pela altura em que Newton publicou sua gravitação universal, um estilo literário, as “narrativas fantásticas” corriam o mundo. Eram o espelho da mentalidade da época. Nesses registros estava incluído o conceito de um mundo em forma de bacia, de que navegantes mais ousados − aventurando-se no que os portugueses chamaram de “mar-oceano” − podiam cair, precipitando-se no caos e na degeneração.
Nesses relatos era comum a descrição de criaturas com corpos humanos e cabeça de animais, como cães, touros e serpentes. As descrições geográficas das terras que abrigavam esses seres eram as mais exóticas e inconsistentes, mas, ainda assim, tomadas como um contínuo da realidade.
Foram os portugueses os primeiros a refutar esse obscurantismo febril que marcou a longa noite da Idade Média, a partir do século 4, com o apagamento da cultura greco-romana, até um conjunto de datas irregulares espalhadas pelo Ocidente. Pedro Nunes (1502-1578), D. João de Castro (1500?-1548) e Garcia de Orta (1501-1568) foram alguns dos responsáveis por essa glória portuguesa, sem reconhecimento difundido além de Portugal, e praticamente ignorada no Brasil.
Frequência dos cometas
Em relação aos cometas, desde sempre astros de mau agouro, no passado eram mais frequentes no céu. Não por um fenômeno de natureza cosmológica, mas porque as noites ainda não eram ofuscadas pela poluição luminosa, abastecida pela energia elétrica. As populações eram majoritariamente rurais. E o céu era o relógio natural que regulava o ritmo da vida.
Com a publicação da gravitação universal, até recentemente acreditávamos que Isaac Newton − além de explicar a queda da maçã, a órbita da Lua e do sistema Terra-Lua em torno do Sol − também havia dado um chute definitivo no traseiro dos demônios, abrindo o espaço mental humano para a beleza e a ordem da ciência.
Agora, o retorno da ideia do fim do mundo, com suposta base em um antigo calendário maia, recheado por um conjunto de absurdos e despropósitos, sugere que as coisas, lamentavelmente, não ocorreram assim.
Neste momento, relatos procedentes de diversas regiões do mundo mostram temor e medo que não combinam em nada com o pretenso cientificismo do século 21, marcado por um fluxo de informação praticamente em tempo real, e inédito na história da civilização.
Ao longo da Idade Média, para se ter uma ideia da contraposição, mesmo os correios, criados no Egito três mil anos antes, cessaram seu funcionamento e a correspondência foi um luxo restrito às casas reais e ordens religiosas.
Mas talvez sejam exatamente a velocidade e profundidade com que as mudanças ocorreram nesse momento da história as responsáveis pelo retorno de conteúdos arcaicos como o que prega, mais uma vez, o fim do mundo. Um substrato mental mágico, que prescinde da racionalidade e compensa, patológica e desalentadoramente, um mundo em profundo desequilíbrio.
O que era não é mais e o que será ainda não é. Saltamos de uma das margens do abismo em direção a outra e, nessa fração do tempo, temos apenas o grande vazio sob os pés.
Os postulantes do fim do mundo, alimentados pelo caldo de cultura do obscurantismo religioso, que se multiplica como cogumelo, articularam uma lógica pueril para justificar a previsão que fazem. Incluem do buraco negro no centro da galáxia a explosões solares as razões que justificariam o falso desastre que anunciam.
Falsos sinais do fim
O buraco negro do centro da Galáxia, no entanto (a maioria das galáxias deve ter um buraco negro em seu núcleo), segundo trabalhos científicos recentes, pode modular a taxa de nascimento de estrelas na Via Láctea e, assim, ter estabelecido relações ainda não evidentes com a presença da vida na Terra.
Quanto às explosões solares, de fato estamos num pico de intensidade dessas manifestações. Mas elas são absolutamente normais e ocorrem há bilhões de anos, provocadas, possivelmente, pela atuação de linhas magnéticas que atravessam o corpo do Sol e, ao longo de certo tempo, se distendem como molas gigantes, antes de romper e então liberar a energia gerada no coração da estrela.
Pastores, e outros profetas do caos, frequentemente referem-se a explosões solares, tremores de terra e vulcanismo como sinais dos céus de que os homens não se comportam bem e assim provocam a ira das divindades.
Sismos e vulcanismos, no entanto, são evidências de que a Terra está geologicamente viva e por isso mesmo gera um escudo magnético no espaço que a protege do vento solar, partículas atômicas desestruturadas que inundam o Sistema Solar após uma grande explosão.
Não fosse o escudo magnético de um planeta geologicamente vivo, o vento solar teria arrancado a atmosfera da Terra e, em consequência disso, não estaríamos aqui.
O retorno de conteúdos arcaicos relacionados ao propalado fim do mundo certamente não é obra do acaso, mas o desdobramento de obscurantismos que têm se mostrado evidentes num fundamentalismo religioso igualmente atrasado e aprisionador da inteligência e criatividade humanas.
Darwin é um embuste, os animais nasceram prontos, não houve e nem há qualquer evolução. Deus criou o Universo em uma semana e com isso toda a história está contada.
A versão mais recente do obscurantismo religioso veio do Sul escravista dos Estados Unidos, insufladora de conflitos como a sanguinária guerra do Iraque.
Há, até agora, no alardeamento do fim do mundo, a ausência de um cometa, o astro símbolo do terror medieval, para completar o quadro mórbido do convencimento. E isso só não ocorreu por muito pouco.
Foi só em fins de setembro último que uma dupla de astrônomos amadores russos descobriu um cometa rumando para o Sol e que pode vir a ser um dos mais brilhantes de todos os tempos.
O C/2012S1, ou ISON, terá máxima aproximação da Terra em 28 de novembro de 2013 e poderá (cometas são astros imprevisíveis, pelo fato de ainda conhecermos relativamente pouco sobre eles) ser visto a olho nu mesmo durante o dia.
No sábado, 22 de dezembro, como ao longo das infinitas manhãs da Terra, quando mais uma vez o Sol elevar-se como um rubra moeda incandescente no horizonte leste, aqueles que temeram algo tão tolo e imbecil quanto a ideia de um iminente fim do mundo talvez se ruborizem de constrangimento.
Mas em pouco tempo a história cairá no esquecimento, como acontece com praticamente todas as histórias. Mesmo o esquecimento, no entanto, não apagará para homens mais lúcidos do futuro que, um dia, já na segunda década do século 21, boa parte da humanidade temeu pela sobrevivência da Terra por obra de um discutível calendário maia e a esperteza doentia de um grupo de farsantes em escala global.
Ainda que, antes disso, o astrônomo e divulgador da ciência Carl Sagan, na sua obra mais pessimista e que dá título a este artigo, tenha prevenido para essa possibilidade de limitação da ciência.
***
[Ulisses Capozzoli é jornalista, editor-chefe Scientific American Brasil]
domingo, 9 de dezembro de 2012
Natal Negro - Moçambique
RÁDIO CLUBE DE MOÇAMBIQUE
NATAL NEGRO - de ARTUR FONSECA
É Natal
Na povoação
A pobre negra transpira
(ARTUR FONSECA)
NATAL NEGRO - de ARTUR FONSECA
É Natal
Na povoação
A pobre negra transpira
Ao transformar em pão
Os bagos da mapira
Enquanto vai dando o peito
Ao seu menino mamão
Embalado ao mesmo jeito
Que ela vai dando ao pilão.
Presépio negro, Natal
Tal qual os outros Natais
O Presépio é sempre igual
Porque os Homens são iguais.
Os bagos da mapira
Enquanto vai dando o peito
Ao seu menino mamão
Embalado ao mesmo jeito
Que ela vai dando ao pilão.
Presépio negro, Natal
Tal qual os outros Natais
O Presépio é sempre igual
Porque os Homens são iguais.
E enquanto a Natureza
Reza a Deus Omnipotente
Do céu resplende a luz
Em estrela reluzente
E o negro rei conduz
O negro continente
À beira de Jesus.
(CÔRO)
É Natal
Na povoação
A pobre negra transpira
Ao transformar em pão
Os bagos da mapira
Enquanto vai dando o peito
Ao seu menino mamão
Embalado ao mesmo jeito
Que ela vai dando ao pilão.
Presépio negro, Natal
Tal qual os outros Natais
O Presépio é sempre igual
Porque os Homens são iguais.
Reza a Deus Omnipotente
Do céu resplende a luz
Em estrela reluzente
E o negro rei conduz
O negro continente
À beira de Jesus.
(CÔRO)
É Natal
Na povoação
A pobre negra transpira
Ao transformar em pão
Os bagos da mapira
Enquanto vai dando o peito
Ao seu menino mamão
Embalado ao mesmo jeito
Que ela vai dando ao pilão.
Presépio negro, Natal
Tal qual os outros Natais
O Presépio é sempre igual
Porque os Homens são iguais.
(ARTUR FONSECA)
sábado, 8 de dezembro de 2012
Inhambane, Minha Terra - Poema de Luís Pestana
Inhambane, minha terra...
Mas que amor estranhado
eterno e tão profundo
que anima quem foi nado
ou de Inhambane oriundo?
E que terra era aquela
que’agradava toda a gente
quando contactava com ela
irremediavelmente?
E que após tão longos anos
de uma bem amarga ausência
ainda inspira uns ufanos
músicos e poetas d’excelência!
Mas que amizade é esta
que faz a todos se deslocarem
com dificuldade manifesta
pra sua presença marcarem?
Os psicólogos que estudem
que eu, o mais humilde e modesto
dos inhambanenses, peço me desculpem,
pois digo, Inhambane está neste contexto!
E quando a hora final, chegar
pra Inhambane, vai o último pensamento
onde a terra e os amigos vão partilhar
o ser inhambanense, cem por cento!
Luís Pestana
13.10.2010
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Inhambane - Tu és a cidade da minha saudade
Comm música de Telles Coelho e letra de Luís Pestana, foi feito em Outubro de 2010 o lançamento "mundial" de uma nova composição em que o tema é Inhambane:
III
REFRÃO
Inhambane, Inhambane,
Inhambane, Inhambane
I
Tu és a cidade da minha saudade
Tens a mais linda baía prateada
Quanto do teu mar tem a cor do jade
Que muito brilhas em tua enseada
REFRÃO
II
Das bem cheirosas acácias em flor
Dos velhos coqueiros em ti debruçados
D’exóticos xiricos cantando em redor
Dos sumarentos cajús avermelhados
REFRÃO
És como a mãe desta humilde grei
De mim que te habitei um dia
Onde vivi sonhos que já nem sei
Em ti cresci e amei com magia
IV
O sol poente traz a saudade
Que mexe com o povo fremente
E anima d’ingente vontade
A nossa Terra da Boa Gente
REFRÃO
Inhambane, Inhambane
Inhambane, Inhambane (BIS )
Inhamba......ne
Letra do Luís Pestana e música do Telles Coelho
Saudosa África Minha
(De Autor Desconhecido)
Saudosa África minha
Dos cheiros quentes a terra molhada
Do verde Índico em que me banhava
Da papaia madura
Da manga com terebentina
Das alaranjadas queimadas
Do azul celestial único e universal
Dos camarões com Laurentina
Ou mesmo uma 2M de rotina
África
Do respeito
Da educação
Do desenvolvimento
Da amizade desinteressada
Dos amigos eternos
Do mato com animais
Das fogueiras dos fogos de concelho
De chupar cana de açúcar
Das maçarocas nas esquinas
Da "tsitsinva" vendida a monte
Da confusão do bazar
Dos jogos de basquete da Académica
Das reuniões de escuta na Capela Militar
Das missas na Igreja da Polana
Dos baptizados na Catedral
Das corridas de bicicleta no Parque José Cabral
Do por-de-sol visto do Hotel Cardoso
Do sabor dos gelados italianos
Na Massano de Amorim
Dos "canellonis" do Grego
Do frango do Piri-Piri
Do caril de camarão na Costa do Sol
Dos jamborees internacionais
Do Liceu Salazar
Ai Moçambique, tudo isto me faz recordar-te
Dos cheiros quentes a terra molhada
Do verde Índico em que me banhava
Da papaia madura
Da manga com terebentina
Das alaranjadas queimadas
Do azul celestial único e universal
Dos camarões com Laurentina
Ou mesmo uma 2M de rotina
África
Do respeito
Da educação
Do desenvolvimento
Da amizade desinteressada
Dos amigos eternos
Do mato com animais
Das fogueiras dos fogos de concelho
De chupar cana de açúcar
Das maçarocas nas esquinas
Da "tsitsinva" vendida a monte
Da confusão do bazar
Dos jogos de basquete da Académica
Das reuniões de escuta na Capela Militar
Das missas na Igreja da Polana
Dos baptizados na Catedral
Das corridas de bicicleta no Parque José Cabral
Do por-de-sol visto do Hotel Cardoso
Do sabor dos gelados italianos
Na Massano de Amorim
Dos "canellonis" do Grego
Do frango do Piri-Piri
Do caril de camarão na Costa do Sol
Dos jamborees internacionais
Do Liceu Salazar
Ai Moçambique, tudo isto me faz recordar-te
Amo-te, Terra Minha!
Ponte-cais de Inhambane fez este mês 97 anos
A ponte-cais de Inhambane está de Parabéns!
Ela foi inaugurada em 1 de Dezembro de 1915, fez agora 97 anos.
No dia da inauguração atracaram os vapores "Ibo" e "Luabo".
A ponte sofreu melhoramentos em 1932, ano em que lhe foi instalada a iluminação eléctrica.
A ponte-cais, em forma de "T", tem 300 metros de comprimento e 115 metros de cais acostável, onde atracam navios de cabotagem.
A construção desta obra foi uma consequência e um complemento do ramal de caminho de ferro, que vem de Inharrime.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
SONA JOBARTEH - "Jarabi"
A cantora da Gâmbia Sona Jobarteh interpreta uma canção do Mali. Ela é originária de uma família de “griots”* e tocadores de “kora”, instrumento tradicionalmente tocado por homens. Ela rompe com a tradição e, nesta música, ela própria toca o “kora”.
Ouçam-na, interprtetando a canção“Jarabi” clicando aqui http://www.youtube.com/watch?v=oToZfPGMMBY&feature=player_embedded
*É como são chamados na África, os contadores de histórias. Eles são considerados sábios muito importantes e respeitados na comunidade onde vivem. Através de suas narrativas, eles passam de geração a geração as tradições de seus povos. Nas aldeias africanas era costume sentar-se à sombra das árvores ou em volta de uma fogueira para ali passar horas e horas a fio ouvindo histórias do fantástico mundo africano transmitidas pelos “griôts”.
ÁFRICA (aconteceu) - MEMÓRIAS de José Álvaro Lopes
Acabo de receber o livro ÁFRICA (aconteceu) de José Álvaro Lopes, que narra acontecimentos em que o autor tomou parte, a que assistiu ou de que teve conhecimento.
José Álvaro Lopes, nascido em 1917, chegou a Inhambane aos 39 anos (1956) e por lá se demorou duas dezenas de anos, até 1976.
A obra pode ser adquirida através do "site" http://paulo-artur-lopes.planetaclix.pt/ onde é feita uma apresentação e indicados os montantes a transferir; ou pelo E-mail de Paulo Lopes: paulo@ua.pt
Com a devida vénia, e para apreciação do leitor, transcrevo o PRÓLOGO da obra:
AMIGOS LEMBRADOS
Aqueles que me distinguiram com a sua amizade e a cuja convivência devo os melhores momentos que vivi na minha passagem por terras de África.
- Deste lado da Vida -
José António Calvo da Silva Rocha, Francisco Nelson de Lima, José da Silva Martins, Isildo d'Almeida, José Bernardo d'Almeida, Sebastião Machado, Levi Sebastião da Cunha Vaz, Arnaldo Macedo Fernandes, António Pereira da Silva Drs.: Mário Ferreira Gonçalves, Vítor Manuel Serraventoso, Frans Neser, Jan Kempt, Leon Jordan, Chris Botha, José Dinis Salvador Paralta, Frik Van Wyk, Christian Neser, Caseiro Rocha, Desembargador Danilo Alves Martins, e ainda: Momade Chicalia, Carlos Mimoso, Alfredo Lopes Tomé, Comandante Cristiano de Sousa, Arq. António de Sá Pires, Fernando Madeira, Francisco Edgar Ferreira, José Guerra, António da Silveira Ramos, Peter Kaye, José Eduardo Paralta, Fernando M. Marques Magalhães, Verónio de Sousa, José Luis G. Matoso, F. Mesquita, Nuno F. Noronha, Armando Lemos, Joaquim Oliveira, José António Bernardo d'Almeida, Dick Pollit, Carlos Alcobia, José Aníbal d'Almeida, Francisco Guita, Armindo Videira Martins. João Manuel Cardoso, Álvaro Fernando Cardoso.
- Do outro lado da Vida -
Gilberto da Silva Pauleta, Joaquim Leitão, Danton d'Abreu, Joaquim Melo, António Calafate, Joaquim Costa Deitado (Pai), Vitor Nunes, David Gray Peter Betton, Bob Blundell, Stewart Gilkison, Rui Rolo, Vincent Hessa. Doutores: Armando Dionísio, Saul Jorge, Vasco Soares de Melo, F.Deppinar, Chris Botha, Neylor Rauch, Rui Nogueira, e, ainda: John Hardy, Jimmy Haveman, Arthur Fallick, Luís Tibúrcio, Joaquim Botelho, Fernando Cardoso, Nuno Ferro António, António Lopes da Cruz, José d'Almeida Maia.
Àqueles que ainda me podem escutar, pedirei:
Amigos diletos que a Vida apartou
Do grato convívio, das sãs alegrias;
Não deixeis que a Sorte, que nos separou,
Esmoreça a chama dos ditosos dias.»
José Álvaro Lopes, nascido em 1917, chegou a Inhambane aos 39 anos (1956) e por lá se demorou duas dezenas de anos, até 1976.
A obra pode ser adquirida através do "site" http://paulo-artur-lopes.planetaclix.pt/ onde é feita uma apresentação e indicados os montantes a transferir; ou pelo E-mail de Paulo Lopes: paulo@ua.pt
Com a devida vénia, e para apreciação do leitor, transcrevo o PRÓLOGO da obra:
«Ao longo da costa oriental do continente africano estende-se um país -Moçambique- antiga Província Ultramarina portuguesa e hoje país independente. Aqui, existe uma cidade -Inhambane- a cuja baía as naus de Vasco da Gama aportaram em 1498 na viagem da descoberta do caminho marítimo para a índia. Era a primeira vez que um europeu era visto pelos indígenas da região que, ao contrário do que era suposto, se mostraram, não só pacíficos mas cooperantes com os homens da frota do grande capitão, o que lhes mereceu a designação de "Terra da boa Gente", que conservaram através dos tempos. É uma cidade cujas características especiais a tornaram diferente de todos os outros aglomerados populacionais estabelecidos ao longo da extensa costa. Situa-se numa península formada por uma área de terreno entre o mar e uma baía, esta com cerca de 25 quilómetros de extensão a partir da barra. Quem ali chegava por terra, viajando ao longo da estrada que a liga à Capital, - ao tempo, Lourenço Marques - percorria uma pequena distância , tendo à sua esquerda a vista do panorama formado pelas águas azul-turquesa da baía, riscadas pelas linhas verticais dos troncos das palmeiras que a marginam e do lado oposto uma povoação de nome Maxixe. A primeira impressão que se sentia ao entrar na cidade era a de que nos encontrávamos num lugar aprazível e acolhedor. Esta sensação era-nos transmitida pelo aspecto de asseio e ar cuidado em que as ruas eram mantidas, limpas e alcatroadas e edifícios com aparência de terem recebido os benefícios de pintura recente. Era agradável ainda notar que as áreas relvadas e canteiros de flores mereciam os cuidados e atenção frequentes dos jardineiros encarregados da sua manutenção. Outra circunstância que tornava a cidade atraente era o facto de fazer parte da paisagem a baía, ilustrada pelo pontuado das velas brancas dos barcos que faziam a travessia para a outra margem, transportando pessoas e mercadorias. Esta particularidade trazia-lhe o benefício de horizontes amplos, desafogados, que contribuíam enormemente para a atracção do conjunto. Era a esta terra que chegava, ele, o imigrante, exilado voluntário; terra que escolheu para sobreviver e lutar, na esperança de colher os benefícios que resultassem do seu esforço, aquilo que a muitos era negado na sua Terra Natal. Mas não esqueceu o cantinho que deixou numa esquina da Europa, e onde volta, logo que lho permita o prémio ganho pelas actividades e energia despendidas nos seus afazeres, a minorar saudades de ver novamente os lugares que o viram nascer e criar, e que lhe sorriem, como convidando-o a sentar-se novamente à sombra do carvalho frondoso, a contemplar a paisagem que tinha levado gravada na alma quando dali se afastou. Em tempos idos, Inhambane tinha sido um porto de mar para exportação dos produtos principais da sua agricultura - algodão, amendoim, copra e outros - transportados pêlos barcos costeiros para a Capital, onde eram transferidos para os barcos de longo curso. Em resultado desta actividade, uma linha de caminho de ferro com a extensão de apenas uns 80 quilómetros, transportava do interior os produtos para o porto de mar. A linha chegando à cidade, atravessava esta, correndo ao longo da avenida principal, do lado Sul, cerca de 3 metros afastada das casas, mas dificilmente se notava a sua existência por ser coberta pela relva de um tabuleiro, um pouco alteado, que também corria no mesmo sentido. Em 1956 a linha tinha caído em desuso por falta de produtos a transportar. A pequena comunidade que ali vivia e trabalhava era constituída, naquela época, por umas centenas de pessoas que, sem contar com os naturais, se dividiam em três grupos étnicos principais: europeus, indianos e muçulmanos, em perfeita harmonia de convívio e respeito mútuo. Ali permaneci cerca de 20 anos, -1956/1976 - . É deste período que vou procurar registar os episódios que mais relevância tiveram no decurso daquele espaço de tempo em que vivi nessa encantadora pequena cidade , acontecimentos em que tomei parte, a que assisti, ou de que tive conhecimento. Atingi uma idade que me faz sentir a urgência de escrever as minhas memórias, pela impossibilidade de repetição dos acontecimentos com o mesmo interesse dos que me fizeram sentir aquilo a que chamarei a pirâmide da minha vida, cujo vértice virá a ser inexoravelmente atingido, com toda a probabilidade de não se situar a muita distância no tempo. (Nasci em 1917). A profunda nostalgia desses acontecimentos e lugares onde decorreram e por onde me ficou presa a alma, levou-me à decisão que tomei de partilhar essas memórias com os meus semelhantes e amigos queridos, cuja convivência contribuiu para fazer de mim um homem feliz, durante o espaço de tempo em que tiveram lugar, enquanto me é possível coordenar duas ideias. Toda esta cavalgada de recordações mantém-se fresca nos meus sentidos, pela intensidade com que foram vividos os factos narrados. |
Aqueles que me distinguiram com a sua amizade e a cuja convivência devo os melhores momentos que vivi na minha passagem por terras de África.
- Deste lado da Vida -
José António Calvo da Silva Rocha, Francisco Nelson de Lima, José da Silva Martins, Isildo d'Almeida, José Bernardo d'Almeida, Sebastião Machado, Levi Sebastião da Cunha Vaz, Arnaldo Macedo Fernandes, António Pereira da Silva Drs.: Mário Ferreira Gonçalves, Vítor Manuel Serraventoso, Frans Neser, Jan Kempt, Leon Jordan, Chris Botha, José Dinis Salvador Paralta, Frik Van Wyk, Christian Neser, Caseiro Rocha, Desembargador Danilo Alves Martins, e ainda: Momade Chicalia, Carlos Mimoso, Alfredo Lopes Tomé, Comandante Cristiano de Sousa, Arq. António de Sá Pires, Fernando Madeira, Francisco Edgar Ferreira, José Guerra, António da Silveira Ramos, Peter Kaye, José Eduardo Paralta, Fernando M. Marques Magalhães, Verónio de Sousa, José Luis G. Matoso, F. Mesquita, Nuno F. Noronha, Armando Lemos, Joaquim Oliveira, José António Bernardo d'Almeida, Dick Pollit, Carlos Alcobia, José Aníbal d'Almeida, Francisco Guita, Armindo Videira Martins. João Manuel Cardoso, Álvaro Fernando Cardoso.
- Do outro lado da Vida -
Gilberto da Silva Pauleta, Joaquim Leitão, Danton d'Abreu, Joaquim Melo, António Calafate, Joaquim Costa Deitado (Pai), Vitor Nunes, David Gray Peter Betton, Bob Blundell, Stewart Gilkison, Rui Rolo, Vincent Hessa. Doutores: Armando Dionísio, Saul Jorge, Vasco Soares de Melo, F.Deppinar, Chris Botha, Neylor Rauch, Rui Nogueira, e, ainda: John Hardy, Jimmy Haveman, Arthur Fallick, Luís Tibúrcio, Joaquim Botelho, Fernando Cardoso, Nuno Ferro António, António Lopes da Cruz, José d'Almeida Maia.
Àqueles que ainda me podem escutar, pedirei:
Amigos diletos que a Vida apartou
Do grato convívio, das sãs alegrias;
Não deixeis que a Sorte, que nos separou,
Esmoreça a chama dos ditosos dias.»
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
NHK - Rádio Japão - Emissão em Português
A NHK (Nippon Hoso Kyokay) é o serviço de rádio mundial da Rádio Japão, que transmite em 18 línguas, incluindo a língua portuguesa.
Para o efeito, utiliza as Ondas Curtas, Satélite e Internet.
As emissões em português são destinadas ao Brasil e podem ser escutadas em
http://www3.nhk.or.jp/rj/podcast/mp3/portuguese.mp3
As emissões de rádio da NHK tiveram início em 22 de Março de 1925, apenas para o país. Foi em 1935 que a Rádio Japão começou a emitir um serviço internacional em Onda Curta.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), esta estação de rádio esteve sob o controle do exército imperial japonês. São desse tempo os famosos programas da chamada "Rosa de Tóquio".
Entretanto, em 1931, tinha sido lançado um segundo canal da rádio da NHK - o terceiro canal iniciou as emisões em 1938, já em FM (Frequência Modulada).
A NHK inaugurou o serviço de Televisão em 1950, passou a emitir a cores em 1960 e as emissões por cabo iniciaram-se nos anos oitenta.
O serviço internacional de televisão japonesa teve início em 1995 para a Europa e para a América do Norte. Hoje existe com o nome de "NHK TV Mundial" e transmite via satélite para todo o Mundo.
O "site" da secção portuguesa encontra-se em http://www3.nhk.or.jp/nhkworld/portuguese/top/index.html
e, a partir dali, podem ser explorados todos os seus recursos, nas diversas línguas, secções e modos de recepção, incluindo horários de transmissão e programas.
Para o efeito, utiliza as Ondas Curtas, Satélite e Internet.
As emissões em português são destinadas ao Brasil e podem ser escutadas em
http://www3.nhk.or.jp/rj/podcast/mp3/portuguese.mp3
As emissões de rádio da NHK tiveram início em 22 de Março de 1925, apenas para o país. Foi em 1935 que a Rádio Japão começou a emitir um serviço internacional em Onda Curta.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), esta estação de rádio esteve sob o controle do exército imperial japonês. São desse tempo os famosos programas da chamada "Rosa de Tóquio".
Entretanto, em 1931, tinha sido lançado um segundo canal da rádio da NHK - o terceiro canal iniciou as emisões em 1938, já em FM (Frequência Modulada).
A NHK inaugurou o serviço de Televisão em 1950, passou a emitir a cores em 1960 e as emissões por cabo iniciaram-se nos anos oitenta.
O serviço internacional de televisão japonesa teve início em 1995 para a Europa e para a América do Norte. Hoje existe com o nome de "NHK TV Mundial" e transmite via satélite para todo o Mundo.
O "site" da secção portuguesa encontra-se em http://www3.nhk.or.jp/nhkworld/portuguese/top/index.html
e, a partir dali, podem ser explorados todos os seus recursos, nas diversas línguas, secções e modos de recepção, incluindo horários de transmissão e programas.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
POEMA DE NATAL, DE LUÍS PESTANA
Louva o Menino Jesus
Vou dedicar este Natal
À Família e aos Amigos
Dos novos aos mais antigos
Com espírito fraternal!
Esquecendo desavenças
Congregando as vontades
Exercendo liberdades
Mas com verdades intensas!
Louva o Menino Jesus
Na Sua forma divinal
Que morreu depois numa cruz…
Na nossa desigualdade
Aceita que se faça Luz
Pratica a caridade!
Natal 2012
Luís Pestana
Vou dedicar este Natal
À Família e aos Amigos
Dos novos aos mais antigos
Com espírito fraternal!
Esquecendo desavenças
Congregando as vontades
Exercendo liberdades
Mas com verdades intensas!
Louva o Menino Jesus
Na Sua forma divinal
Que morreu depois numa cruz…
Na nossa desigualdade
Aceita que se faça Luz
Pratica a caridade!
Natal 2012
Luís Pestana
domingo, 2 de dezembro de 2012
INHAMBANE - ROTEIRO COMERCIAL
De 4 a 23 de Março de 2005, decorreu na antiga Página de Inhambane, na Internet, fundada pelo nosso saudoso Amigo Carlos Gonçalves, uma evocação das realidades de Inhambane, que recebeu o nome de "Roteiro Comercial".
Foram tratados outros assuntos relacionados e que só enriqueceram o projecto inicial.
Participaram o Salimo, o Edgar Neves, o Roger, a Shila Teixeira, o Pegado, a Branca, o Laxmi, o César Sobral, o Renato Abreu, a Nela, o Manecas e eu.
Entretanto a Página migrou para o Multiply, onde as configurações não eram apropriadas e o convívio entre os Inhambanenses abrandou e desapareceu mesmo. A Página de Inhambane acabou e o próprio Multiply deixou de ser página social no último sábado, 1 de Dezembro.
Devido a um download problemático dos conteúdos, o que lá estava perdeu-se, embora possa aparecer ainda por algum tempo nas buscas do Google.
Tratei de recuperar essa troca de informações e opiniões, que, há quase oito anos, nos mantiveram muito animados durante cerca de três semanas e aqui está hoje, depois de devidamente formatada. Boa leitura e boas recordações!
ROTEIRO COMERCIAL DE INHAMBANE
De 4 a 23 de Março de 2005
http://inhambane.multiply.com/journal/item/3414
Todos nós nos lembramos dos hotéis que havia em Inhambane: o Sul do Save e o Hotel de Inhambane.
A célebre Pensão Atómica (mais tarde Portugal) e a Residencial Monte Carlo (onde tinha existido a Floresta do Sr. Baía).
Lembramo-nos também dos Cafés: o Dragão Azul e, mais tarde, o Púcaro.
Havia duas Farmácias: Dionísio e Herculano.
No início, apenas um Banco: o Nacional Ultramarino. Depois também o Standard Totta.
E de que mais nos lembramos nós?
Duas Barbearias: Ramos e Leitão.
Uma oficina de automóveis: Garagem Estrela (Oliveira).
Mercearias: Rafael (mais tarde Tomé), Alcobia, Pedro António e Farinha (A. Farinha & Nunes).
Padarias eram três: Araújo, Popular (Martins) e Rosa (Guita).
Pastelarias: Botelho (um bolo 1$50, dois bolos 2$50) e, mais tarde, Alvorada.
Dois talhos: Oliveira e Mussagy.
Um cinema: o Teatro Manuel Rodrigues.
A Fábrica RIL (Refrigerantes Inhambane, Lda.).
Vamos continuar a puxar pela memória...
Sapataria Bernardo, Salão da Moda, Empresa Moderna, Manuel Nunes e Damião de Melo.
ICIL (Inhambane Comercial e Industrial, Lda.).
Usava-se muito o nome de "Casa": Morgado (Auto Acessórios, Lda.), Choitran, Casa Cruz, Gindolo, Gomes, Jethá da Esquina, Luso Africana, Melo Velho, Motocolo, Ricardino, Sasseca, Tatá, Tudela, Casa Zuid.
Mas há mais, muito mais.
Com a colaboração de todos, poderemos continuar este Roteiro Comercial de Inhambane, que nos levará de recordação em recordação.
No cinema viam-se filmes do Cantinflas...
Na Casa Morgado comprei a minha 1.ª bicicleta, Philips 26 roda balão (montada pelo Sr. Bastos), em 1960...
No Ricardino & Silva comprei o meu 1.º rádio portátil (Philips Philitina) - omda média e onda curta completa, dos 13 aos 92 metros...
No Damião de Melo comprei em 1963 o meu 1.º relógio, um Fortis Eastern Star, que ainda conservo...
Vamos a isto?...
Olá a todos. Oh, amigo Ferreira, e o melhor gelado do mundo?. - Não lhe perdoo ter-se esquecido da sorveteria do "grande" Botelho antes de ser "Alvorada"!!!- E o João Vaz (electrodomésticos)? - E o Chicalia (rei da castanha de cajú e copra)? - E os grandes armazenistas Omar Amad e da firma Ali Momade Sacoor ( dono das instalações onde funcionou a Escola Técnica antes da nova e onde era para ser a Fábrica de sabão)? - E a fábrica de gelo junto à mesquita nova?- E os seguros, onde o Rolo em representação da Nauticus era o rei? - E o gabinete de contabilidade do professor Costa onde o meu irmão, o Medina e muita malta por lá trabalhou? - E a escola de condução? - Mas quem se deve recordar bem deve ser o amigo Pegado já que era bancario do BNU e contactava com as firmas todas. Já agora, quantos taxis e quantas bombas de gasolina existiam em Inhambane? Beijinhos e abraços a todos, Salimo
BOA, SALIMO!
Vamos esperar que outros, com a memória em melhor estado do que a minha, possam aumentar ainda mais a lista.
Na Escola Técnica antiga, funcionava a minha turma da 4.ª classe (1956/57), por falta de sala na "Carvalho de Araújo". Quando Íamos para lá, passávamos por uma Fábrica de Sabão abandonada, que tinha sido do Sr. Revez (Avô da Cremilde, nossa participante). Á porta dessa Fábrica ainda estava um velho camião "Studebaker", de cabine verde e taipais de madeira.
Em frente a essa Escola Técnica antiga, ficava o Matadouro e, à esquerda da Escola, era um grande armazém (talvez da ICIL). Entre o armazém e o Matadouro, havia uma praia. Ã frente do Matadouro era o canil, sempre superlotado, de onde nós, regularmente, soltávamos os cães, rebentando o cadeado... Isto já depois de 1960.
Aliás, ficaram célebres as autênticas "touradas" que nós fazíamos, no início dos anos '60, a quem andava pela cidade a tentar apanhar cães com redes, numa carrinha "Chevrolet" da Câmara, conduzida pelo "Matacães"... Uma vez, o Pradiprai Ratilal salvou um cão, pegando-o ao colo e correndo com ele para casa!
Vamos continuar com as recordações! FERREIRA
R I L (REFRIGERANTES INHAMBANE, LDA.)
Ficava à entrada de Inhambane, para quem vinha de Lindela e Jangamo, do lado esquerdo. Era do Sr. Pagan (italiano), pai do Ricardo, guarda-redes, que chegou a vir para o Benfica.
A carrinha de distribuição era também italiana (Alfa Romeo), a única que havia em Inhambane.
Os refrigerantes mais baratos custavam 1$50 e, os mais caros, 2$50.
Numa festa ao ar livre no Ferroviário, a RIL e a Reunidas montaram os seus "stands" com oferta de refrigerantes.
Não foi difícil reunir um grupo razoável de "voluntários" para fazer "fita"...
Chegámos junto ao "stand" da Reunidas, metemos a garrafa à boca e, imediatamente, cuspimos o líquido com grande alarido e protestos a condizer, dizendo que aquilo não prestava para nada, que não se podia beber!
Depois, fomos ao "stand" da RIL e mostrámo-nos deliciados, com toda a exuberância que conseguimos. Era são bairrismo!
A Reunidas diminuíu muito as vendas na região e aplicou um golpe baixo à RIL.
Num Sábado à tarde, alguém ligado à Reunidas, percorreu a cidade de casa em casa, comprando por bom preço todo o vasilhame da RIL. Sem possibilidade de engarrafar os refrigerantes, a RIL acabou, mais tarde, por fechar. FERREIRA
E a casa Nunes frente à escola Carvalho de Araújo ? E a casa Jethá ( acho que é assim que se escreve ) numa esquina da Av. da Republica perto do jardim ? Aproveito para perguntar se o Hotel Sul do Save ainda está de pé e , em caso afirmativo , que uso tem ?
Quanto às bombas de gasolina lembro-me de duas - uma junto à subida para o cinema e outra na Av. da Repubica ( salvo erro Atlantic ) na esquina oposta ao hotel Inhambane ( do Sr Tomé ) Abraços a todos os Manhambanas EDGAR
As "Casas" de que falas são referidas na 1.ª mensagem com os nomes de Manuel Nunes e Jethá da Esquina, respectivamente.
Ainda em 1974 meti "diesel" na bomba do Sr. Tibúrcio, no meu velho Morris Oxford, que gastava 1 litro de óleo de motor "40" aos 100 Km... Não me lembro se ainda existia a outra, em frente ao Hotel de Inhambane velho.
Ouvi dizer, há pouco tempo, que no Hotel Sul do Save se alugam quartos no 1.º andar. Deve ser um risco lá dormir, porque vi uma foto recente, que mostra o edifício muito degradado. A varanda continua apoiada naquelas colunas metálicas verdes, talvez em ferro forjado.
No edifício do Hotel de Inhambane novo, havia também casas comerciais, do lado da Av. da República. Uma delas vendia discos. Como se chamava?
No prédio do Chicalia, no Largo dos Quatro Candeeiros, ao lado do escritório do Pai do Barbosa, havia outra de "artigos eléctricos". Estou a "ver" as duas "Casas" e quem lá trabalhava, mas não me lembro dos nomes, nem das lojas, nem das pessoas.
Quem ajuda? FERREIRA
Estamos agora em frente ao Salão da Moda.
Vamos subir a rua pelo passeio do lado esquerdo.
Passamos pela mercearia do Rafael/Tomé e chegamos à Farmácia Dionísio.
Continuamos a subir e passamos pelo Tudela e por uma casa de habitação, caiada de branco e com 3 portas.
A seguir espreitamos por um velho portão de madeira e vemos, dentro da garagem, um "Zephyr" descapotável. Este carro foi apreendido e mantido ali eternamente.
Logo ao lado fica a Loja do Laxmi, estabelecimento com duas portas e três montras. E a pergunta é: como se chamava a loja do Laxmi? Casa Deuchande - respondem todos!
Ficamos por aqui ou continuamos para a Empresa Moderna, Casa Ricardino e Escola Carvalho de Araújo?... FERREIRA
Puxa, vocês têm uma memória!!! Mas o Ferreira então é demais... Ó Ferreira deixa-me dizer que ainda a tens muito fresquinha... Continua que estou a a passar um bom bocado lembrando-me de Inhambane... Estive lá só 4 anos , mas parece que foi há mais de 50 anos... A saudade já aperta, tenho que pensar num retorno muito breve... Já agora deixo-vos uma pergunta... E o que conhecem de Santarém... Um Bom Domingo ROGER
Afinal sempre fomos até à Escola Carvalho de Araújo, que evoca o nome de um oficial da Marinha de Guerra, que foi Governador de Inhambane (1917/1918).
Carvalho de Araújo morreu como herói no mar dos Açores, bem como toda a tripulação do caça-minas "Augusto de Castilho", durante a 1.ª Guerra Mundial, ao enfrentar o submarino alemão U-139, que pretendia atacar o navio de passageiros "São Miguel".
Mas vamos à Escola. O muro baixo, com pilares, tem um gradeamento coberto por trepadeiras. O edifício tem um corpo central avançado, onde ficava, do lado esquerdo, o gabinete do Director. Entrando por um corredor, entramos num pátio central, com acesso às quatro salas de aula desse piso superior.
Aí evocamos o nome dos professores Nogueira, Costa Lima, Paixão, Bouça, D. Florinda e outros. Lembrámo-nos também do Inspector Morais Barbosa, que utilizava uma carrinha verde, de caixa aberta, marca "International", (mais tarde foi uma "Chevrolet") que costumava estar no estacionamento ao lado da firma Manuel Nunes. O Sr. Esteves do Almoxarifado fazia autênticos milagres para as manter em funcionamento!
Descemos uma grande escadaria e fomos para outro pátio, em terra, muito espaçoso. Aproveitando a diferença de nível de terreno, existia aí um piso inferior com mais salas, incluindo a Cantina Escolar, além das instalações sanitárias.
Fomos submersos por mil e uma recordaçõees da nossa infância! Queríamos falar todos ao mesmo tempo, para contarmos episódios engraçados.
Havia ainda uma rampa em cimento, que dava para um grande portão, sempre fechado, de onde se via o Bazar Velho (que existiu em frente à Câmara Municipal). Do lado esquerdo, havia um pequeno portão de acesso à rua de trás.
Terminada a visita, saímos pela porta da frente e atravessámos a rua, onde houve, em tempos, uma bomba da Shell, na esquina do Manuel Nunes.
Olhando outra vez para a Escola, um mais veterano exclamou, com ar enlevado e sonhador de quem anda 50 anos para trás:
- Aquilo é que eram "arraiais de porrada"!...
E acrescentou:
- Comparado com o que se passava ali dentro, os castigos das Irmãs Orlanda e Isabel pareciam "doces afagos maternais"!
Mas logo recordações mais agradáveis interromperam o sonhador dos "arraiais"...
FERREIRA
Onde se compravam os livros da escola: além da Casa Melo era a Empresa Moderna que tinha o Senhor Lemos na linha da Frente. O fotógrafo para os documentos da Escola: Sr Alcides (?) acho que o nome era parecido a este. Autocarros para o Norte e para Lourenço Marques: Auto Viação do Sul do Save, Lda. Ainda havia a Padaria Oliveira, pai do Quim dos aviões ao pé do Quartel SHILA TEIXEIRA
Sim senhor, foi muito interessante este Tema, mas temos poucos "madalas".
Vou ver se consigo rever a Rua Mouzinho de Albuquerque.
LADO ESQUERDO- Jetha da esquina, Casa Morgado, Farmácia Rodrigues, Casa Belém, com a respectiva Barbearia no corredor, entre a mesma e a Inhambane Comercial e Industrial (mais tarde Velosa- depósito), depois era a casa Rafael (mais tarde Tomé e a seguir o Púcaro), Farmácia Dionísio, Casa Tudela -como a conheciamos mas foi a transferência da I'bane Com. e Industr. para esse estabelecimento após a morte do Sr. Oliveira, Solicitadores Panachande, Casa J. Deuchande (Laxmi e .......? ) Empresa Moderna (era do Sr José Guita, pai do Chico) Casa Ricardino e Escola Carvalho de Araújo.
LADO DIREITO- Casa Cruz, Damião de Melo, BNU, Mocidade Portuguesa (era a casa Mãe do SR MANUEL NUNES e filhos e filhas) e a seguir Manuel Nunes.
Até aqui já estamos todos sintonizados.
EDGAR -.- Então põe os teus (PAI) arquivos a funcionar SFF. então esses anuários, esses documentos , etc, etc tens toda uma História em casa tens de rebuscar......Certo?
Até à próxima...
Um abraço
jasop PEGADO
Meus Bons Amigos:
Ferreira e Pegado
Se me permitem tratá-los assim.
Não é sem emoção que vou andando pelas ruas da minha querida INHAMBANE, com o vosso roteiro,é um caminhar saboroso e o avivar de tantas e boas recordações.
Cheguei a Inhambane no ano de 1965,tinha então a bonita idade de vinte anos. Lá me nasceram os meus três filhos, nas mãos da irmã Adélia (grande mulher) lembram-se ?
Vou voltar, se Deus quiser, nos primeiros dias de Agosto.
Vou tentar fazer entender ao meu neto ,como as nossas raízes são importantes.
Levá-lo a Santarém, de onde é natural a sua trisavó e a sua bisa como ele a tratava.
Levá-lo a ver a campa do seu bisavô, António Farinha.
Não sei se vou preparada para o que vou encontrar, mas tenho a certeza que o meu amor por ela não vai sair beliscado.
Um grande abraço para todos.
Faltam: a escola de condução da D. Aninhas, a garagem S. Cristóvão, a serração, a fábrica do sabão, a fábrica de descasque de castanha, as oficinas dos caminhos de ferro, do almoxarifado e das obras públicas, e mais o resto que foi dito por ti.
BRANCA
E o Alcobia ?
É com grande ternura que me lembro o percurso diário que fazia quando ia para o Colégio...(completar - J Deuchande (eu) + Shantilal - não sei te recordas...foi colega do Artur Dionísio...)
Se o Fernando Ferreira pudesse relatar os Gosíadas (da autoria dele) que escrevia nas aulas de moral.....há almas vivas que ainda vibrariam com as estrofes estrondosas.....era só o privilégio de alguns......
Um abraço
LAXMI
Deves lembrar mais as carícias da Irmã Preciosíssimo do que da irmã Isabel (4ªClasse).....lembras-te quando nós pirávamos para o Desportivo e ela vinha para "vocemessês à minha frente"....
Bons tempos e uma Juventude mais saudável....(hoje não há nada comparável com aqueles tempos....)
Um abraço
LAXMI
Laxmi
Da última vêz que publiquei aqui algumas estrofes dos "Gosíadas" (adaptação livre dos Lusíadas de Luís de Camões...), deu uma bronca das antigas, porque a conversa variou para temas desagradáveis de problemas mal resolvidos ou mal digeridos!...
Só fui aluno da Ir. Isabel para a Admissão ao Liceu. Vinha com um "17" do exame da 4.ª Classe (Escola Carvalho de Araújo) e isso evitava problemas maiores...
Mas, assim que apareceu a Ir. Preciosíssima no Liceu, percebemos logo que a boa vida tinha acabado. Metro e meio de energia minhota concentrada, peculiar sentido de responsabilidade, exigência extrema e métodos pouco ortodoxos (fintava com a esquerda e dava com a direita...).
Mesmo assim, ou por causa disso (embora eu nunca tenha acreditado nesses métodos), saímos do Colégio a dominar a matéria, inclusive com conhecimentos de Latim! O medo guarda a vinha?...
Por alguma razão alterámos o nome de Preciosíssima para "Perigosíssima"!
- Aquilo é que eram "arraiais de porrada"! - como dizia o outro saudosista...
FERREIRA
Ferreira
Esta do metro e meio de energia minhota...deu-me cá uma vontade de rir que não imaginas.......
Sim...os que hoje dizem que eram os métodos arcaicos e pouco ortodoxos........ tinham um fim em vista...e ..aprendemos pelo resto da nossa vida...E hoje ? O que fazem os métodos desta liberdade e igualdade ? Não sabem ou não foram ensinados a utilizar o que Deus deu de bom - a Inteligência - hoje fazem as cópias das ideias que andam na NET....- fazem pura e simplesmente ( Copy-Paste ) e digo-te que até alguns professores papam este tipo de ensino...porque também já não conseguem pôr as suas ideias (ou que já se esgotaram as ideias próprias..) em marcha nas escolas..(Claro há excepções...) ou que estão globalizados....
Eu fiz a Quarta Classe na Escola Carvalho de Araújo...sai com 18 ,mas quando fui fazer a admissão ao Liceu chumbei ...porque não sabia escrever nem falar bem ,a minha redacção foi um autêntico desastre.....e nesta altura quem me valeu foi a Irma Lurdes (me disse que nada estava perdido...), porque fui para o colégio para o 1º ano.....e só fiz o exame do 2º ano quando atingi a maioridade e quando estava no 4º Ano.
Como tinha bom aproveitamento fui dispensado do 3º período do 4º Ano para reestudar (frequentar) o 1º e 2º ano.....Fiz este exame e dispensei...e no ano seguinte, fizemos o 5º ano que foi aquele ano que marcou a minha vida.....e do resto da malta...(célebres finalistas de 1963).
Bons tempos.....
Um abraço
LAXMI
Olá Ferreira,
Olá Laxmi.
Olá a todos.
Concordo em absoluto com a vossa opinião quanto aos métodos do ensino de antigamente em que os castigos faziam parte desses mesmos mÃéodos.Claro que estou preparado para a polémica que eventualmente se vai criar devido a esta minha intervenção por parte daqueles que, no seu legitimo direito, não os aprovam. Eu, por mim, ainda hoje agradeço as "reguadas" e os "castigos" que me foram aplicados quando era estudante, bem como agradeço imensamente as "tareias" que levei do meu saudoso pai e que contribuíram, em muito, para me tornar um ser humano melhor e com preparação suficiente para poder viver num mundo de extrema competição diária, aqui ou em qualquer parte do Mundo. Se não me tivessem sido aplicados, na devida altura, os tais "castigos" que não me tornaram inválido, nem física nem psicologicamente, o mais seguro seria, eu hoje, estar incapacitado, "invalido", impreparado, para este mundo competitivo. - Em comparação, os métodos de ensino posteriormente aplicados, a cada ano e a cada geração de estudantes têm PROVADO que não servem aos alunos nem como seres humanos nem como profissionais para o mercado do trabalho e isso devido, em parte, não totalmente, à não aplicação dos tais "castigos", porque os "pseudo-especialistas" entendem que os métodos antigos já não se podem aplicar nesta era. Mas a realidade tem vindo a desmentir categoricamente, sem dó nem piedade, essa "teoria" dos "sabichões" que se mostram escandalizados quando, mesmo assim, alguns professores tentam implementar algum método de ensino mais eficaz para o bem dos seus alunos. Hoje, infelizmente, não temos, nem Educação nem Formação!!!
Beijinhos e abraços,
SALIMO
Pessoal
Mas o que é isto? É O ROTEIRO?
Vou continuar e com a ajuda do Champaklal ( Matocolo) irmão do meu amigo Hasmuklal.
Lado Esquerdo- Casa Cangy, Hotel de Inhambane, Casa Choitram, Barbearia Leitão, Casa Machielane, Alfaitaria Pestana, Casa Matocolo, Casa Quessaugy, Casa Gomes, Motichande Samegy e Fls., Casa Aridás, Casa Araquechande Jethá, Alfaiataria Mulgy, Casa Mambala, Casa Alcobia,
Sacarlal Manilal, Casa Simão, Casa Rainho.
Lado Direito - Campo de Ténis da C.M.I.., 1ª Garagem Estrela, Hotel Sul do Save, Casa Parmanande, Melo "velho", Gindolo, Chicalia, Sindicato dos Emp. Comércio (mais tarde transferido para outras instalações), Associação Hindu Sarvajanik Sabah
Um abração
jasop
Jasop :
Formidável a tua listagem . Muitas e muitas vezes percorri a avenida, mas tenho a impressão que de muitas casas comerciais nunca soube o nome .
Para ti um abraço , idem para todos os manhambanas
Edgar
Ó Pegado, tu és uma "máquina".
Até ja começo a duvidar se de facto estiveste em Inhambane ou se andas a consultar algum manual....!!! (heheheheheheheheh)
Tens cá uma memória ....!!!!! Que até faz inveja.
Um abraço amigo,
Salimo
Amigo Chico
Não imaginas como gostei do teu "regresso a Inhambane".
Conforme ia lendo , ia revendo , como num filme antigo que se assiste ao fim de muitos anos. Fizeste-me recordar nomes que já não me lembrava.
Já agora ,ainda te lembras do nome daquela loja indiana que ficava entre o Hotel de Inhambane e os campos de ténis? A minha mãe gostava muito de lã ir fazer compras. Ainda hoje tenho coisas orientais adquiridas aí. Em tempos que já lá vão o Sr.Baía teve um táxi com paragem nessa praça. Foi ele que serviu de ambulância, quando um dia cortei o pulso na brincadeira com o Jorge Morais (Jica) e tive de levar uns "pontos"no hospital.
E tu Edgar
Apesar da falta de memória, ainda te lembras do nosso "duelo"... chateados que vínhamos da caça com as mãos a abanar? Ou do célebre passeio nocturno de carro que "felizmente" foi abortado sem consequências..., ou do passeio de barco com o teu irmão e respectiva canzoada num velho barco, residência de lacraus? Cada vez que nos juntávamos, saía asneira... QUE SAUDADE!!!
Um ABRAÇÂO para "ambos os dois".
CÉSAR SOBRAL
César,
É caso para dizer que havia mais notáveis e eminentes portadores do apelido "Ferreira" em Inhambane, além do Chico... Eu sou o Fernando, ilustre e insigne cultor da arte de importunar as Irmãs do Colégio. O tal de quem uma vez disseste, constatando flagrante e indesmentível realidade:
- Até das aulas da Ir. Paula vais pr'á rua...
Eu morava ao lado do Eduardo Borges (filho do dono do "Dragão Azul".
Estive com o Chico Ferreira o mês passado em casa do Piorro, em Coimbra.
O Chico mora na Lourinhã e completa a "provecta idade" de 64 anos no próximo dia 20, Domingo de Ramos e 1.º dia de Primavera... Está um homem! Eu "só" tenho 58 e cheguei a Leiria há 30 anos.
Se clicares no canto superior esquerdo de uma das minhas mensagens, onde diz "Ferreira 9035", dás de caras com a minha "distinta e selecta face", que coloquei on-line para "arrebatado êxtase estético" das pessoas de bom gôsto...
Um Abraço.
FERREIRA
Caro César
Essa casa, tinha o nome de CASA CHOITRAM.
Quando é que vens ao Sindicato?
Um abraço
jasop
É verdade, César.
No meio de tanta brincadeira na mensagem anterior, de quem se convenceu que é "gracioso encartado"... acrescido da alegria de te reencontrar, esqueci-me de te dizer o nome daquela loja. Era dirigido por alguém a quem tratavam por "Gerente", homem alto de porte distinto e afável.
Era um grande estabelecimento, que ocupava todo o quarteirão perpendicular ao Hotel de Inhambane Velho, fornecido com tudo o que era justamente considerado bom, naquele tempo e naquele lugar.
Tinha entradas pelo Largo formado pela Casa Cangy, Hotel Velho e a própria Casa "Choitram"; e uma entrada mais pequena pela Rua Mouzinho de Albuquerque, ao lado da Barbearia Leitão. Lembro-me que tínhamos de subir alguns degraus.
Só falta a fotografia... FERREIRA
Amigo
Roger
Santarém era uma estação dos Caminhos de Ferro onde eu nasci, e vivi até aos 6 anos, fica a 2Km da cidade de Inhambane. Tambem vivia lá o Piorro que era, mecânico da Deta.
Em Santarém havia também as instalações missionárias dos "mafundissas" (protestantes), junto á linha de Caminho de Ferro Inharrime/Inhambane. Chegava-se lá, passando pela Escola Técnica (Comercial e Industrial) Vasco da Gama, seguindo em frente, passando por uma Serração, pela casa do Rui e da Marcela e pela casa do Fiscal de Caça.
A partir daí, a rua de terra batida começava a subir e, lá no alto, era a missão protestante, já em Santarém.
Num Congresso, realizado em Novembro último na Universidade de Brasília, foi afirmado que os "mafundissas" (mestres indígenas moçambicanos) pregavam em nome de igrejas africanas independentes.
Depois da linha, com acesso difícil de terra solta, moravam o Lino Moreira Pinto e o Faruque Ismael Valgy, alunos do Colégio de Inhambane.
Até 1958, eu morei um pouco antes da Escola Técnica e, ao Sábado à tarde, via algumas Irmãs do Colégio a deslocarem-se a esse bairro periférico, acompanhadas por internas do Orfanato.
FERREIRA
Olá
Lembram-se do gerente do Teatro Manuel Rodrigues, mais conhecido pelo Abreu (Danton de Abreu), pois é, eu sou o filho Renato Abreu, nascido a 17 de Março de 1962, na Terra da Boa Gente.
Para vocês todos meus conterrâneos, um grande abraço
RENATO ABREU
Caro RENATO
É com satisfação que fico a saber de um filho do Danton de Abreu. Conta a tua vida . És filho da Pilar? Se isso é verdade, que é feito dela? Eu só conheci a Manuela que andou comigo no Colégio e que me disseram ter falecido.
Bem vindo à n/ Comunidade e aparece sempre.
Um abraço
jasop
PARABÉNS, RENATO!
Fazes hoje a bonita idade de 43 anos!
Tambem nasci em Inhambane. Eu tinha 15 anos quando tu nasceste e lembro-me de ti, muito pequeno, a brincar na marginal, junto ao Clube de Inhambane.
Um Abraço Inhambanense.
FERREIRA
É verdade, sou o filho do Danton de Abreu e da Pilar.
Quanto ao meu pai e à minha irmÃã Manuela, já faleceram.
A Pilar, essa sim, continua cheia de vida, reformada, mas vai exercendo medicina no Alentejo (Terena, concelho do Alandroal). A juntar a isto ainda arranja tempo para realizar espectáculos de Ballet (agora como professora) junto da mocidade Alentejana.
Quanto à minha pessoa, agora com a provecta idade de 43 anos, sou Professor na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, divorciado e com uma filha que sai à Avó.
A Moçambique espero voltar este ano a Maputo, em missão da minha escola. Se conseguir, e vou fazer os possíveis, vou até Inhambane, recordar os passeios e as brincadeiras junto à marginal.
Até breve
Renato Abreu
Olá Renato
Confesso que não me lembro de ti mas muito bem da tua mãe, a D. Pilar, vagamente do teu pai e da Manuela...
Andei na classe dela de ballet, no clube de Inhambane e também na patinagem artística... Éramos uns privilegiados!
Gostei de a saber bem e gostava muito que lhe desses um beijinho meu, mesmo que ela já não se lembre da Nelinha, filha da Judite e do Costa ( dos Correios )
Mando-vos uma foto do início dos anos 60.
Para avivar a memória da tua mãe, sou a 4ª miúda da direita. Ao meu lado, a Belinha Pauleta, ao meio, a Tininha, na ponta, à esquerda, a Marisa Guita. A 4ª menina da esquerda é a Didinha que, penso, casou com o Medina. A Gabi, irmã dela, é a 2ª à direita.
Um abraço. NELA.
Se não mencionasses os nomes, nem te reconhecia.
Reconheci a Pilar e a Tininha, nada mais. Esta semana estive com a Belinha Pauleta, tenho que lhe telefonar para ela ver a foto. Ri-me a ver a minha grande amiga Marisa Guita, tão pequenina que ela era.... MANECAS
Ali é que vai uma AÇORDA, heih?
Quantas bailarinas saíram dali?
Eram tantas.............
MARISA- Vê bem que eu tinha razão...............
Beijinhos a todas.
jasop
Olá a todos,
Olá Pegado.
Tens toda a razão, no meio de tantas, quantas seguiram a carreira de bailarinas!!!
Mas, a questão é complexa. Muito complexa, senão vejamos:
- Se é certo que os pais, em geral, querem que os filhos sejam aquilo que eles próprios gostariam de ter sido, também devemos concordar que não há nada de errado que, naquelas idades e naquelas circunstâncias em que em Inhambane pouco ou nada havia para a ocupação dos tempos livres das rapariguinhas, frequentassem as tais aulas de ballet, porventura até, com sonhos e/ou delírios, de elevadas expectativas, de um dia poderem vir a ser famosas bailarinas. E a alegria e o gozo pelo facto de as menininhas usarem aqueles fatos de ballet, só por isso e para elas já valeria a pena essas aulas. Além de que o convivio naquelas tenras idades são um factor muito importante no desenvolvimento do caracter e da personalidade das mesmas. É tal e qual como os rapazes. Quantos rapazes não jogam à bola, se magoam, se sujam todos levando reprimendas das mães por isso, rebentam com os sapatos novos levando tabefes dos pais por isso, faltam às aulas e desistem da escola por causa disso e que, depois de adultos, não seguem a carreira milionária e de fama de jogador profissional?!!! -Mas, como dizia no inicio, a questão é complexa porque, há que ver a outra face da "moeda". Quantas rapariguinhas teriam sido "obrigadas" a frequentar essas aulas de ballet contrariadas e que, "forçosamente", teriam sido um autêntico " martirio" para elas?!!!
Enfim, é um assunto com "pano para mangas", complexo e pouco pacifico em que todas as opiniões têm o seu lado positivo e negativo sob o ponto de vista de cada um.
Um abraço amigo,
SALIMO
Primeiríssimas bailarinas!!! Vocês é que andaram distraídos e não assistiram aos bailados...
Agora ...já não há nada a fazer, estamos todas reformadas!
Mas deixando-nos de brincadeiras, ainda bem que apareceu uma Pilar em Inhambane...!
Um beijinho para ela!
NELA
BEM VINDOS A INHAMBANE - MULTIPLY
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