domingo, 21 de outubro de 2012

NÃO ME PRENDAM MAIS...

NÃO ME PRENDAM MAIS...
DE DEOLINDA DOMINGUES ALVES (LEIRIA)

Não me prendam mais
Não me dêem falsas razões.
Vou com as aves
Pelo infinito sem limites,
Abrir o coração
Para sentir a angústia
E as incertezas
No rosto sombrio do meu País

Sigo sem destino.
Levo apenas um sorriso
Na palma da mão,
Que vou soltar devagarinho,
Não vá o mar acordar
E a onda enraivecer

Deixo um beijo de mágoa
E o peso que me sufoca o peito,
Para me sentir mais leve
Neste percurso solitário...

E, já no cimo da montanha,
Lancei um triste olhar
Pelo espaço além.
Avistei enormes campos;
Uns, feitos em cinzas,
Outros, sós e de ninguém!

Mas quando o sol doirado,
Veio de mansinho
Apagar a sua luz,
Quedei-me ali
Embalada pelos mistérios da noite
E, cansada, adormeci...

Deolinda Domingues Alves
(Leiria)

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